O primeiro-ministro francês, Jean-Pierre Raffarin, recusou-se a desistir dos cortes e afirmou que os manifestantes não poderiam pressionar o governo com ameaças contra o festival, que acontece entre 12 e 23 de maio e do qual devem participar estrelas internacionais como Brad Pitt e Charlize Theron.
"Estamos abertos às discussões. Mas não quero que o festival seja transformado em um refém. Não somos uma sociedade movida pela chantagem", disse na noite de quinta-feira Raffarin, cujo governo está empenhado na redução dos gastos públicos.
Autoridades da Prefeitura de Cannes disseram que até 600 policiais antimotim seriam estacionados ao redor da La Croisette, onde acontece a maior parte das atividades do festival. Um número semelhante de policiais ficaria de prontidão.
A disputa começou no ano passado, quando os manifestantes realizaram vários protestos para prejudicar festivais de arte da França, uma grande atração turística do país.
Os sindicatos que representam entre 60 mil e 100 mil atores e técnicos afetados pelos cortes nos benefícios prometeram atrapalhar a realização do Festival de Cannes.
"Já podemos dizer, agora, que o Festival de Cannes de 2004 será inesquecível", afirmou o sindicato CGT.
Os atores e outros trabalhadores da área beneficiavam-se havia vários anos de um sistema de seguro criado para ajudá-los a sobreviver aos longos períodos de inatividade inerentes à natureza sazonal de seu trabalho.
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