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Cinema

 
 

América Latina ganha destaque em Cannes

07 de maio de 2004 13h27

O diretor Walter Salles posa em frente ao cartaz de  Diários de Motocicleta. Foto: Reinaldo Marques/Terra

O diretor Walter Salles posa em frente ao cartaz de Diários de Motocicleta
Foto: Reinaldo Marques/Terra

Com dois filmes concorrendo à Palma de Ouro - La Niña Santa, de Lucrecia Martel, e Diários da Motocicleta, de Walter Sales - e obras de diretores de Brasil, Chile, Equador, México, Uruguai, Argentina e Venezuela, o Festival de Cannes terá este ano uma importante participação da América Latina e fará uma homenagem ao cinema brasileiro.

A argentina Lucrecia Martel, reconhecida e premiada em todo o mundo por La Ciénaga, ou Walter Salles, que desde o enorme sucesso mundial de Central do Brasil tornou-se um dos principais representantes do cinema latino-americano, como diretor e produtor, poderão dar à América Latina a primeira Palma de Ouro desde 1962, quando O Pagador de Promessas, do brasileiro Anselmo Duarte, obteve o prêmio máximo do Festival de Cannes.

Um terceiro filme, o curta Quimera, de Erik Rocha (Brasil), foi incluído na seleção oficial em competição.

Nos últimos anos, os documentários ganharam importância na maioria dos festivais internacionais em geral e no de Cannes em particular. Na seleção oficial fora de competição, constam este ano uma obra brasileira - Glauber o Filme, Labirinto do Brasil, de Silvio Tendler - e uma chilena - Salvador Allende, de Patricio Guzmán, que já apresentou em Cannes, na mostra paralela Semana da Crítica, o filme El Caso Pinochet.

Na mostra Um Certo Olhar, fora de competição, constam dois filmes latino-americanos: Cronicas, do equatoriano Sebastian Cordero, cuja produção anterior, Ratas, Ratones y Rateros, foi apresentada no Festival de Veneza e recebeu vários prêmios internacionais, e "Whisky", dos uruguaios Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll.

A mostra Semana da Crítica selecionou o longa Temporada de Patos, o primeiro do mexicano Fernando Eimbeke, e o curta Los Elefantes Nunca Olvidan, do venezuelano residente no México Lorenzo Vigas Castes.

Finalmente, na mostra paralela Quinzena dos Realizadores figuram Machuca, do chileno Andres Wood, e Los Muertos, do argentino Lisandro Alonso, cujo filme anterior, La Libertad, foi elogiado pela crítica ao ser apresentado neste mesmo festival há dois anos. Wood é o autor de Historias de fútbol e La fiebre del loco, este último apresentado no Festival de Veneza.

O Festival de Cannes homenageia este ano o cinema brasileiro, lembrando que, há 40 anos, o Cinema Novo deu uma contribuição fundamental à Sétima Arte. Uma seleção de filmes nacionais será apresentada, em que estão incluídos Macunaíma (1959), de Joaquim Pedro de Andrade, Bye bye Brasil (1979), de Carlos Diegues, Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos, Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha, e O Pagador de Promessas, ganhador da Palma de Ouro em 1962.

AFP
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