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Cinema

 
 

Estrelas e filme novo de Almodóvar abrem Cannes

12 de maio de 2004 16h17 atualizado às 16h14

Em uma tarde cinzenta, estrelas e personalidades do cinema se encontraram em Cannes para abrir nesta quarta-feira a 57a. edição do Festival considerado o mais importante do mundo.

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Depois da tradicional entrada no Palácio de Festas pelo tapete vermelho e a cerimônia formal de abertura comandada pela italiana Laura Morante, os convidados assistiram ao filme espanhol La Mala Educación, de Pedro Almodóvar, que abriu, fora da competição, esta edição do festival.

Entre os presentes estavam os americanos Quentin Tarantino, Kathleen Turner, Cameron Díaz e Justin Timberlake, a chinesa Gongo Li, o mexicano Gael García Bernal, os franceses Michel Bouquet, Emmanuelle Beart, Laetitia Casta e Sophie Marceau e o iraniano Abbas Kiarostami.

O festival começou cercado por um forte esquema de segurança, com mil membros de diversos corpos policiais franceses.

Em "La mala educación", três histórias se sobrepõem e se complementam: a real, a contada por um dos personagens e uma terceira em que outro protagonista adapta e vê em forma de filme.

Desta maneira, a narração se reflete em si mesma e se desdobra em espelhos que multiplicam os possíveis sentidos do relato, que terminam com uma demolidora crítica ao poder em geral e ao da Igreja católica em particular.

Se os abusos sexuais sofridos pelos alunos por parte dos padres formam uma parte importante da estrutura narrativa do filme, outros assuntos completam o argumento.

Mostrar que os limites entre ficção e realidade não são nítidos, que os acontecimentos da vida ostentam cores variadas e não se limitam ao preto e branco e que a ambigüidade comanda nossa existência, são também objetivos de "La mala educación", que segundo parte da crítica, é a obra mais profunda e madura de Almodóvar.

A mostra competitiva oficial do Festival de Cannes terá um representante brasileiro na luta pela Palma de Ouro, com "Diários de motocicleta", de Walter Salles, inspirada nos anos de juventude de Ernesto "Che" Guevara. Outro concorrente da América do Sul é o argentino "La niña santa", de Lucrecia Martel, que recebeu excelentes críticas de seu país.

Como em edições anteriores, França e EUA, com três filmes cada um, ocuparão o primeiro lugar em número de produções selecionadas para competir pelo maior prêmio de Cannes.

Na disputa pelo troféu também aparecem a Coréia do Sul, com duas produções - "Old Boy", de Park Chan-Wook, e "La femme est l'advir de l'homme", de Hong Sang Soo -, e o Japão, com outras duas, "Nobody Knows", de Kore-Eda Hirokazu, e "Innocence", de Oshii Mamoru.

Também do Extremo Oriente serão exibidos "Tropical Malady", do tailandês Apichatpong Weerasethakul, e "2046", do chinês Wong Kar-Wai.

A França competirá com "Exils", do cineasta cigano de origem argelina Tony Gatlif, "Clean", de Olivier Assayas, e "Comme une image", de Agnes Jaoui.

Os outros filmes europeus da competição são "Le conseguenze dell'amore", do italiano Paolo Sorrentino; "Edukators", de Hans Weingartner, que traz a Alemanha de volta à disputa pela Palma de Ouro depois de doze anos de ausência; "The Life and Death of Peter Sellers", do britânico de origem jamaicana Stephen Hopkins, e "La vie est um miracle", do bósnio Emir Kusturica.

Dos Estados Unidos, o sempre polêmico Michael Moore, trará seu polêmico documentário filme "Fahrenheit 9/11", uma espetacular denúncia sobre a corrupção no atual governo americano, antes e depois dos atentados do 11 de setembro de 2001.

Os irmãos Joel e Ethan Coen - velhos conhecidos do festival - chegam com Ladykillers, uma comédia dramática cheia de gags e situações paradoxais.

Depois do sucesso de "Shrek", os americanos Andrew Adamson, Kelly Asbury e Conrad Vernon, voltam com a continuação da história do ogro verde, um dos dois filmes de animação - o outro é "Innocence" - que concorrem a grandes prêmios em Cannes.

Fora de competição, os filmes latino-americanos apresentados em Cannes incluem "Salvador Allende", do chileno Patricio Guzmán e "Glauber, labirinto do Brasil", de Silvio Tendler.

Na seção oficial paralela "Um certo olhar" poderão ser vistos "Uísque", dos uruguaios Juan-Pablo Rebella e Pablo Stoll, e "Crônicas", do equatoriano Sebastián Cordero.

No júri, presidido por Tarantino, há três americanos: o escritor Edwidge Danticat, a atriz Kathleen Turner e o diretor Jerry Schatzberg, além da atriz francesa Emmanuelle Beart, a britânica Tilda Swinton, o ator e roteirista belga Benoit Poelwoorde, o crítico finlandês Peter Von Bagh e o diretor de Hong Kong, Tsui Hark.

EFE
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