Tarentino estava radiante, tanto ou mais que seu colega espanhol Pedro Almodóvar, autor do filme de abertura da 57ª edição do Festival de Cannes, "La mala educación".
Para maior felicidade de Tarantino, o breve evento de abertura serviu de plataforma para a exibição de um fragmento do filme "Kill Bill 2", que será projetado em Cannes no próximo dia 16, fora da competição, dada a tarefa que lhe foi encomendada este ano.
Na entrevista coletiva prévia, acompanhado de todos os membros do júri que decidirão o futuro dos 19 filmes na chamada competição da "seleção oficial" que aspiram à Palma de Ouro, o cineasta americano disse estar se sentindo em Cannes como "no paraíso".
"Quando se ama o cinema, Cannes é o paraíso e presidir seu jurado é um nível superior do paraíso, é aí que estou hoje", comemorou Tarantino, que disse ouvir falar do Festival de Cannes desde a infância, quando começou a interessar-se por cinema.
Tarentino disse que assumira "sem preconceitos" a tarefa, pois "seria errado vir com critérios fixos por antecedência".
Um dos membros de sua equipe, o diretor de Hong Kong Tsui Hark, expressou seu "surpresa ao descobrir que estava no paraíso, porque achava estar no inferno".
"Cada vez que venho a Cannes encontro coisas inesperadas, vivo minha paixão por cinema, mas desta vez é completamente diferente porque estou com um grupo de pessoas surpreendentes, pessoas que buscam mulheres e vinho e maus filmes e desta vez não é o mesmo que no passado", disse o autor de "Butterfly Murders".
"Tenho a impressão de ser o diabo, mas sei que não sou o único diabo", acrescentou.
Tsuji Hark reagia, também em tom de piada, às declarações de seu colega no júri, o ator e roteirista belga Benoit Poelvoorde, que lembrou que nunca tinha obtido a Palma de Ouro nem outras maravilhas que podem acontecer no Festival de Cannes, por isso foi "com a intenção de vingar-se e fazer com que um filme medíocre ganhe".
Os outros membros do Júri são a escritora americano Edwidge Danticat, a atriz francesa Emmanuelle Béart, suas colegas dos EUA Kathleen Turner e do Reino Unido, Tilda Swinton, o diretor Jerry Schatzberg, também dos EUA, e o crítico finlandês Peter Von Bach.
Até esta tarde, os filmes da "Seleção" eram 18, mas o diretor artístico do certame anunciou sua decisão de transferir para ele um documentário sobre o universo dos vinhos, "Mondovino", do americano Jonathan Nossiter, que estava na seção oficial "Fora de Competição".
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