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Cinema

 
 

Júri Ecumênico de Cannes comemora 30 anos

15 de maio de 2004 23h14 atualizado às 23h10

O Júri Ecumênico do Festival de Cannes comemorará 30 anos premiando o diretor britânico Ken Loach.

Este ano, faz parte do Júri o missionário católico Cireneu Kuhn, que é diretor da Verbo Filmes, um centro de produção de cinema e de vídeo de São Paulo, e autor de diversos curta-metragens pedagógicos destinados a escolas, comunidades religiosas e instituições culturais. Atualemente, ele prepara seu primeiro longa, "Hotel Brasil".

Quase uma centena de filmes esperam em Cannes os seis membros deste júri, cuja missão é diferente da de todos os demais, pois não só considera a qualidade artística das obras.

Para atrair sua atenção, os filmes devem possuir, além disso, "qualidades humanas relacionadas com a dimensão espiritual de nossa existência, como a justiça, a dignidade de tudo ser humano, o respeito do meio ambiente, a paz e a solidariedade".

Valores "compartilhados por todas as culturas" e que figuram nos Evangelhos, segundo destacam os promotores desta comissão, integrada por membros das igrejas cristãs, católica, protestante e ortodoxa, "abertos ao diálogo inter-religioso com judeus, muçulmanos, budistas".

Assim como outros prêmios "itinerantes", como o da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica (Fipresci), o Júri Ecumênico está presente em outras grandes disputas do mundo, como os Festivais de Montreal e Berlim.

Seu prestígio é indubitável, pois diante do grande número de prêmios entregues em Cannes durante cada Festival, só o Júri Ecumênico e o da Fipresci estão autorizados a fixar seu olhar nos filmes de alguma das seções da chamada "seleção oficial" do Festival, que este ano comemora sua 57ª edição entre os dias 12 e 23 de maio.

Se preferir, o Júri Ecumênico pode escolher entre os filmes das duas seções paralelas do Festival: a Semana da Crítica e a Quinzena dos Produtores, que em 2004 realizam, respectivamente, sua 43ª e sua 36ª edição.

O diretor britânico Ken Loach conquistou este júri em Cannes no ano de 1995, com seu filme sobre a Guerra Civil espanhola "Terra e Liberdade", um ano depois de tê-lo recebido já em Berlim com "Ladybird, Ladybird".

Por tudo isso, sem dúvida, o Júri Ecumênico, que em 2003 premiou o filme afegão "Panj é Asr" (La cinq heures de l'apres-midi), da diretora Samira Makhmalbaf, escolheu agora o britânico Ken Loach para entregá-lo seu prêmio Especial de 30 anos.

Uma maneira clara de situar a estratégia vital e artística de Loach é sua forma de "combater a injustiça social em nossas sociedades contemporâneas", assim como sua "continua preocupação com não esquecer os excluídos do capitalismo e da mecânica do mundo do trabalho". EFE

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