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Cinema

 
 

Carradine perseguiu Tarantino para conseguir papel

17 de maio de 2004 16h01

O ator David Carradine. Foto: Reuters

O ator David Carradine
Foto: Reuters

David Carradine, astro do seriado Kung Fu, possui um método infalível para convencer diretores a lhe dar um papel: persegui-los.

Carradine, que faz o papel do personagem titular Bill na saga de vingança Kill Bill, de Quentin Tarantino, disse que conheceu o diretor em um festival de cinema em Toronto, em 1996, e lhe falou que eles dois estavam destinados a trabalhar juntos.

"Cheguei ao ponto de persegui-lo", contou Carradine. "Uma vidente me havia dito que eu iria trabalhar com ele", revelou o ator numa coletiva de imprensa no Festival de Cinema de Cannes, onde Kill Bill - Volume 2 foi exibido fora da competição no domingo.

O ator foi telefonando para inúmeros hotéis até encontrar Tarantino.

"Ele foi até meu hotel, eu toquei piano para ele e lhe contei sobre a vidente que dissera que nós dois íamos trabalhar juntos. Concordamos que sim, faríamos isso", contou Carradine.

O ator de 67 anos ficou famoso com o seriado de TV dos anos 1970 Kung Fu e, desde então, já fez mais de 140 filmes. Mas também ganhou fama por seu comportamento errático, e, mais tarde, revelou ter superado a dependência do álcool.

Tarantino já demonstrou talento por procurar atores que já passaram de sua fase melhor. O mais célebre desses casos foi o de John Travolta, cuja carreira andava às traças quando o diretor, ex-atendente de videolocadora, o convidou para estrelar seu filme de 1994 Pulp Fiction - Tempo de Violência.

Travolta acabou por fazer outros filmes que viraram grandes sucessos comerciais, como A Outra Face e O Nome do Jogo.

Pam Grier era conhecida apenas como estrela de filmes dos anos 1970 do gênero "blaxploitation" - até que Tarantino lhe deu o papel-título de Jackie Brown.

Darryl Hannah, de Splash - Uma Sereia em Minha Vida, que faz o papel da assassina de aluguel Elle Driver em Kill Bill, disse que seu primeiro encontro com Tarantino foi igualmente bizarro.

"Quando conheci Quentin, ele começou a citar trechos de diálogos de trabalhos obscuros meus dos quais eu já tinha até me esquecido. Fiquei espantada, mas o fato é que ele se lembra de tudo sobre todos os filmes já feitos na história da humanidade", disse ela.

"Fiquei bastante sem graça naquele dia, porque, depois de deixar a sala, percebi que minha saia estava presa no alto da minha meia-calça, num daqueles acidentes de banheiro", acrescentou a atriz.

Reuters
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