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Cinema

 
 

Sean Penn sente falta de política no cinema

17 de maio de 2004 16h12

Sean Penn em Cannes 2004. Foto: Reuters

Sean Penn em Cannes 2004
Foto: Reuters

O Festival de Cinema de Cannes está acontecendo à sombra de questões políticas, mas o ator Sean Penn acha que não há cineastas suficientes dispostos a tratar dos fatos da atualidade.

Protestos trabalhistas de empregados dos setores de entretenimento e hoteleiro vêm causando problemas a Cannes, cidade situada na Riviera francesa. Além disso, na segunda-feira, o diretor norte-americano Michael Moore exibiu pela primeira vez seu documentário anti-Bush Fahrenheit 9/11, um entre uma série de filmes com temática política.

Penn, que é abertamente contra a guerra no Iraque, disse que os EUA, sob a égide do presidente George W. Bush, formam um terreno fértil para inspiração.

"Acho que não existe arte que não reaja aos tempos em que é feita, e, francamente, acho que não existem filmes políticos suficientes, nem aqui nem em lugar algum", disse o ator em entrevista à Reuters.

"A política, como nós a entendemos, está tão presente em nossas vidas, hoje em dia, que, para mim, qualquer quadro que não a reflita merece ser desprezado."

O ator premiado com o Oscar está sendo visto em The Assassination of Richard Nixon, filme baseado na história verídica de um vendedor de móveis que, em 1974, planejou matar o presidente Nixon, chocando um avião comercial sequestrado contra a Casa Branca. O filme está sendo exibido em Cannes fora da competição oficial.

Deixando de lado o paralelo estranho com os ataques que aconteceram de fato em 11 de setembro de 2001, Penn disse que a história, ambientada na época do final da Guerra do Vietnã e do escândalo de Watergate, em 1974, oferece uma parábola interessante sobre os tempos modernos.

"É a história de alguém que sente uma mão apertando seu pescoço e que, pouco a pouco, vai removendo essa mão. Com frequência, quando o coração de uma pessoa está oprimido e silenciado, ela acaba por agir de maneira extrema, violenta e horrível", declarou Penn.

O ator de 43 anos tem uma atuação delicada e sensível no papel de Sam Bicke, cuja recusa em aceitar valores sociais que considera corruptos o leva a perder família e emprego.

Mais uma vez, Penn atua ao lado de Naomi Watts, que foi sua colega de elenco em "21 Gramas" e agora está quase irreconhecível como sua ex-mulher.

Penn vive uma fase ótima de sua carreira, depois de ganhar o Oscar de melhor ator por seu trabalho em Sobre Meninos e Lobos.

No ano passado ele foi fortemente criticado por uma parte da imprensa norte-americana em função da viagem que fez ao Iraque no período que antecedeu a guerra, e falou-se que Hollywood poderia redigir uma lista negra de atores que criticassem o governo.

Sean Penn viu o Oscar que recebeu como sinal de esperança. "Acho que o prêmio quer dizer que, embora seja totalmente justificado temer a redução do espaço para contestação, a tolerância dessa contestação ainda está presente na vontade do povo americano, na vontade do setor em que trabalho e, evidentemente, na vontade do público", explicou.

Reuters
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  1. O documentarista americano Michael Moore falou com os jornalistas sobre o seu novo Farenheit 9/11  Foto: Reuters

    O documentarista americano Michael Moore falou com os jornalistas sobre o seu novo Farenheit 9/11

    Reuters
    Foto: Reuters

  2. Em Farenheit 9/11, Moore defende que George W. Bush chegou ao poder graças a manipulações eleitorais de seus parentes e sócios e que a guerra do Iraque foi planejada por razões econômicas com o objetivo de obter o petróleo desse país  Foto: Reuters

    Em Farenheit 9/11, Moore defende que George W. Bush chegou ao poder graças a manipulações eleitorais de seus parentes e sócios e que a guerra do Iraque foi planejada por razões econômicas com o objetivo de obter o petróleo desse país

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  3. Farenheit 9/11 concorre à Palma de Ouro em Canes 2004  Foto: Reuters

    Farenheit 9/11 concorre à Palma de Ouro em Canes 2004

    Reuters
    Foto: Reuters

  4. O novo documentário de Michael Moore, Farenheit 9/11, analisa os discursos do presidente dos EUA e os contrapõe a imagens e depoimentos que contradizem suas palavras  Foto: Reuters

    O novo documentário de Michael Moore, Farenheit 9/11, analisa os discursos do presidente dos EUA e os contrapõe a imagens e depoimentos que contradizem suas palavras

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  5. Mick Jagger foi à première de Fahrenheit 9/11  Foto: Reuters

    Mick Jagger foi à première de Fahrenheit 9/11

    Reuters
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  6. O diretor Michael Moore (à direita) ouve o produtor Harvey Weinstein antes da première de Fahrenheit 9/11 em Cannes 2004  Foto: Reuters

    O diretor Michael Moore (à direita) ouve o produtor Harvey Weinstein antes da première de Fahrenheit 9/11 em Cannes 2004

    Reuters
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  7. A princesa Caroline de Monaco chega à première de Fahrenheit 9/11, de Michael Moore, em Cannes  Foto: Reuters

    A princesa Caroline de Monaco chega à première de Fahrenheit 9/11, de Michael Moore, em Cannes

    Reuters
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  8. Junto com o marido, o príncipe Ernst August de Hanover, Caroline prestigiou o filmer do diretor Michael Moore  Foto: Reuters

    Junto com o marido, o príncipe Ernst August de Hanover, Caroline prestigiou o filmer do diretor Michael Moore

    Reuters
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  9. O diretor americano Michael Moore, com a sua mulher Kathleen Glynn, fala sobre o seu novo documentário Farenheit 9/11  Foto: AP

    O diretor americano Michael Moore, com a sua mulher Kathleen Glynn, fala sobre o seu novo documentário Farenheit 9/11

    Foto: AP

  10. Michael Moore beija sua mulher Kathleen Glynn depois da apresentação do seu filme no Festival de Cannes  Foto: Reuters

    Michael Moore beija sua mulher Kathleen Glynn depois da apresentação do seu filme no Festival de Cannes

    Reuters
    Foto: Reuters

  11. O roqueiro Mick Jagger foi a Cannes para assistir ao novo documentário de Michael Moore  Foto: AP

    O roqueiro Mick Jagger foi a Cannes para assistir ao novo documentário de Michael Moore

    Foto: AP

  12. Nadege Allan e Elysia Blake exibem cartaz em que lançam campanha do documentarista Michael Moore para presidente dos EUA  Foto: AP

    Nadege Allan e Elysia Blake exibem cartaz em que "lançam" campanha do documentarista Michael Moore para presidente dos EUA

    Foto: AP

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