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Cinema

 
 

Cannes e UE comemoram Dia da Europa

18 de maio de 2004 10h20 atualizado às 10h15

Os 25 países da União Européia comemoram nesta terça-feira o II Dia da Europa em Cannes, na busca de um audiovisual forte, com boas escolas, grandes cineastas e, sobretudo, ampliado, capaz de existir ante o gigante americano.

A formação será a palavra chave deste Dia, que se organiza pelo segundo ano consecutivo durante o Festival de Cinema de Cannes e que reunirá o Comissariado europeu para a Cultura e o Audiovisual, Viviane Reding, e vinte ministros de Cultura.

Assistirão os titulares da Itália, Alemanha, Reino Unido, Portugal, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Suécia, Polônia, Chipre, Estônia, Hungria, Letônia, Malta, República Checa, Eslovênia, Eslováquia e França, mas faltarão os da Espanha, Grécia, Dinamarca, Noruega e Irlanda, informaram os organizadores.

"Fazer-se cineasta na Europa" é o aspecto central de reflexão deste primeiro encontro de ministros de Cultura depois da ampliação da UE, moderado por Jean-Claude Carriere, escritor, ex-diretor da escola de cinema francesa Fémis.

Participam, além disso, o diretor britânico Stephen Frears, professor da National Filme and Televisão School, os franceses Erick Zonca e Claire Denis, o austríaco Michael Haneke e os jornalistas Florence Dauchez e Michel Schifres.

Os futuros estudantes europeus estão representados por dois jovens cineastas-promessa, o espanhol Jaime Rosales, bolsista na Residência do Festival, e o húngaro Tamás Joo, selecionado em um programa de intercâmbio entre duas escolas de cinema européias.

O diretor americano de origem checa Milos Forman, ex- professor da Columbia University de Nova York, é o convidado de honra deste Dia, dedicado a estudar o acesso aos ofícios do cinema na UE ampliada, as ajudas públicas, o papel do setor privado e as dificuldades específicas de cada Estado-membro.

Viviane Reding apresentará este meio-dia as conclusões e propostas elaboradas, junto com o homenageado com o primeiro prêmio Novos Talentos da União Européia.

Já adiantou, no entanto, que nos dez novos países da UE, "está tudo por fazer" no setor audiovisual, com bilheterias "muito, muito baixas", poucas salas, e difusão quase exclusiva de filmes americanos, mas, ressaltou, a presença de seus ministros em Cannes reflete que "contam com a Europa".

Por isso, considerou que esta reunião é "extremamente útil", pois é preciso ser conscientes que há 25 países muito diferentes "que se põem de acordo para expressar sua vontade de preservar sua capacidade de ajudar ao cinema financeira e publicamente", para que suas culturas "soem em uníssono", sem perder sua rica e variada diversidade.

Não há risco de uniformidade. Cada um "deve salvaguardar seus raízes, reforçá-las, mas é preciso saber trabalhar e enriquecer-se com os demais, sem perder a própria especificidade" considerou.

Como exemplo citou os filmes tão pessoais do dinamarquês Lars Von Trier, com financiamento "um pouco por todas partes, atores e atrizes de todos os horizontes e técnicos internacionais".

O que "deve demonstrar" esta reunião de Cannes é que as subvenções culturais tem que "preservar as diferenças culturais que por sua vez defendem uma causa comum", destacou.

Acrescentou que é fundamental a mobilidade de estudantes dos diferentes ofícios do cinema mediante um programa de ajudas adaptado tipo Erasmus, mas também e antes de tudo dos filmes, que costumam ser muito conhecidos em seus respectivos países, mas não fora, e que tem que viajar muito mais para poder competir com os fatos nos EUA.

Lembrou, neste ponto, que 90 por cento dos filmes europeus que se projetam fora do país onde foram produzidos contaram com uma ajuda do programa MEIA europeu de apoio ao cinema.

Da mesma forma que há onze filmes presentes agora em Cannes, três deles em competição pela Palma de Ouro, três fora de competição, dois na seção Um Certo Olhar e três nos festivos "Off" a Semana da Crítica e a Quinzena dos Produtores.

Definir as prioridades e meios do futuro programa comunitário de apoio ao cinema e traduzir em projetos concretos as conclusões matinais é outro dos objetivos do encontro, depois do que o Comissariado europeu apresentará o programa MEIA a partir de 2007.

Um programa que "necessita um sólido financiamento" e que aportará uma atenção especial à formação, mobilidade e cooperação entre escolas e estudantes, segundo Viviane Reding.

Para os anos 2001-2006, MEIA tem um orçamento de 510 milhões de euros destinados a impulsionar a promoção, a circulação e a formação.

EFE
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