Tom Hanks chega para a exibição do filme The Ladykillers em Cannes
Foto: Reuters
"Eu me daria um 'C' em cada filme em que já trabalhei. Sou a pessoa menos objetiva do mundo para analisar meu próprio trabalho", disse Hanks a jornalistas no Festival de Cinema de Cannes, onde The Ladykillers concorre à Palma de Ouro, o prêmio de melhor filme do festival.
No longa-metragem, Hanks é o professor Goldthwait Higginson Dorr III, um charlatão que chefia uma quadrilha de criminosos desajeitados que assaltam um cassino flutuante no Mississippi, mas acabam tendo sua operação frustrada pela modesta dona da casa onde o professor vive de aluguel.
Dirigido pelos irmãos Joel e Ethan Coen, queridinhos de Cannes, The Ladykillers (que sairá no Brasil como Matadores de Velhinha) é um remake aproximado da comédia clássica homônima de 1955, estrelada por Alec Guinness e que, no Brasil, recebeu o título de Quinteto da Morte.
A ação foi transferida para o sul dos Estados Unidos nos dias de hoje e é acompanhada por uma trilha repleta de som gospel.
Em sua primeira visita a Cannes, Tom Hanks encantou o público e jornalistas com suas brincadeiras tendo ele próprio como alvo. Ele contou que evitou propositalmente assistir a Quinteto da Morte.
"A última coisa que eu poderia querer era que o filme original ficasse na minha cabeça de alguma maneira, ou me censurando ou me fazendo, sem querer, tentar imitar o grande sir Alec Guinness", disse ele numa coletiva de imprensa altamente concorrida.
Piadinhas e Soldados no Iraque
Uma jornalista chinesa ergueu um pôster gigante de Tom Hanks ao lado de um cão que babava - um cartaz de seu filme de 1989 Uma Dupla Quase Perfeita -, pedindo que ele o autografasse.
"Não me recordo desse filme. Qual desses dois sou eu?" brincou Hanks. "Foi uma comédia? Acho que essa questão ainda está sendo debatida em cinemas de todo o mundo."
Enquanto os outros presentes gargalhavam, a jornalista perguntou, séria: "Ainda existem coisas que você queira realmente explorar? Por exemplo, estudar a cultura chinesa ou visitar países asiáticos?"
"Esses são os itens número 1 e número 2 de minha lista! Não sei como você adivinhou", respondeu Hanks.
"Será que meu caderninho saiu voando do barco e te encontrou, de alguma maneira? Na página 13 há seis coisas que eu ainda quero fazer: estudar a cultura chinesa, visitar a China, e, número 3, trabalhar em cima de fórmulas secretas no porão de casa."
Hanks, que desde que atuou no drama O Resgate do Soldado Ryan vem contribuindo com esforços para preservar as memórias dos veteranos da 2a Guerra Mundial, ficou sério quando indagado sobre os soldados norte-americanos estacionados no Iraque.
"Temos veteranos que vão voltar da guerra no Iraque e que já estão fazendo isso há bem mais de um ano. Tudo o que podemos dizer é 'Deus abençoe cada um deles'", falou o ator.
Observando o silêncio que saudou sua resposta, Hanks não pôde deixar de dizer: "Uau, essa resposta fez a casa cair!"
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