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Cinema

 
 

Estréia da Tailândia deixa crítica confusa

18 de maio de 2004 16h27

A Tailândia fez sua estréia na terça-feira na competição oficial do Festival de Cinema de Cannes, mas a alegoria surreal Tropical Malady deixou a crítica confusa.

Alguns críticos saíram antes do fim do filme em sua sessão para a imprensa; outros vaiaram ao final, deixando claro que não tinham entendido nada.

Foi a primeira vez que a Tailândia se juntou à elite do cinema mundial para concorrer à Palma de Ouro, o prêmio mais importante de Cannes.

Em coletiva de imprensa à qual compareceram poucos jornalistas, o jovem diretor Apichatpong Weerasethakul reconheceu que seu filme pode ser difícil para alguns espectadores.

"O público fica confuso em relação ao que é a realidade", disse ele, falando de seu filme, que é narrado em duas seções contrastantes. Tropical Malady começa com um caso de amor gay numa pequena cidade e depois passa para a caça por uma figura mítica de tigre na selva.

É a segunda vez que o cineasta comparece a Cannes. Dois anos atrás, Weerasethakul exibiu fora de competição seu trabalho Blissfully Yours, uma história de amor entre uma tailandesa e um imigrante ilegal birmanês que foi aclamado pela crítica.

Ficou evidente que o diretor de 34 anos se sente pouco à vontade com o clima agitado de Cannes durante o festival.

Indagado sobre como é estar em Cannes, ele respondeu, com evidente sinceridade: "É como voltar para a selva."

Filmes de diretores que integram a Nova Onda tailandesa já se tornaram frequentes em festivais de cinema de todo o mundo e ganharam prêmios em vários deles, desde o Japão até os Bálcãs.

Weerasethakul, que estudou cinema no Instituto de Arte de Chicago, se orgulha dessa aceitação conquistada a duras penas.

"Na Tailândia, já se respeita mais o trabalho meu e de outros diretores da geração jovem", disse ele.

A atividade cinematográfica está em alta no país. As locações exóticas, equipes técnicas locais experientes e os baixos custos de produção vêm atraindo vários grandes produtores à Tailândia.

Oliver Stone escolheu o país para rodar seu épico histórico Alexander, e a sequência de Bridget Jones também foi filmada lá.

Trabalhos que são sucessos de bilheteria podem representar grandes incentivos ao turismo, como a Nova Zelândia descobriu após o sucesso mundial da trilogia O Senhor dos Anéis.

Mas a publicidade deu errado na Tailândia alguns anos atrás, quando ambientalistas acusaram os produtores de A Praia, com Leonardo DiCaprio, de prejudicar o meio ambiente de um parque nacional até então intocado.

Em todo caso, a Tailândia ganhou um incentivo turístico na década de 1970, quando foi filmado no país a aventura 007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro.

Reuters
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