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Cinema

 
 

Filme sobre Glauber é destaque do dia em Cannes

20 de maio de 2004 17h41

Cena do filme de Silvio Tendler. Foto: Mostra SP/Divulgação

Cena do filme de Silvio Tendler
Foto: Mostra SP/Divulgação

Entre os destaques da programação desta quinta-feira do 57º Festival de Cinema está o documentário Glauber o filme, Labirinto do Brasil, do brasileiro Silvio Tendler, que será exibido esta noite em caráter hors-concours da seção oficial da mostra. A seção Cannes Classics, que este ano homenageia os 40 anos do Cinema Novo, exibirá hoje Terra em Transe, de Glauber, e Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade.

Excessivo e taxativo em suas opções, Glauber Rocha é a maior figura desta corrente e marcou a história do cinema com filmes como Deus e o Diabo na Terra do Sol.

Em Cannes, o cineasta baiano foi consagrado três vezes: em 1967, com o prêmio da crítica internacional Fipresci por Terra em Transe, em 1969, com o de Melhor Direção por Antonio das Mortes, e em 1977 com o prêmio especial do júri de Curta-Metragem por Di Cavalcanti.

O filme de Tendler tem como ponto de partida o funeral do cineasta, no Rio de Janeiro, que deixou de luto toda a intelectualidade e o mundo artístico brasileiro, para remontar sua vida através dos depoimentos dos que o conheceram e trabalharam com ele.

Na mostra competitiva, um clima de mistério: o esperado filme 2046, do diretor chinês Wong Kar-wai, que nem sequer o comitê de seleção viu terminado, ainda não tinha chegado, forçando a uma mudança no programa.

O outro filme em competição com exibição prevista para hoje é Innocence, desenho animado do japonês Mamuro Oshii, baseado num clássico do "mangá", HQ japonesa.

Até as primeiras horas desta tarde (hora local), Wong Kar-wain ainda não tinha chegado, quanto à exibição do seu filme estava prevista para as 19h30 locais. A direção do Festival anunciou na véspera a modificação de seu programa, cancelando a exibição para a imprensa nesta manhã e adiando para sexta-feira a coletiva do cineasta.

Fontes próximas à produtora informaram que faltam 20% da fita, que estão com o próprio diretor, que perdeu o avião em Xangai. Ou seja, o comitê de seleção não viu o filme terminado.

Nos corredores do festival todo mundo fazia as mesmas perguntas: "Veremos o filme?", "(O diretor) chegará a tempo?", "Está realmente terminado?"

Cabe destacar que a estréia de 2046 já era esperada no ano passado em Cannes e depois no Festival de Veneza, onde não chegou. E que o cineasta chinês é famoso pela qualidade de seus filmes, mas também por suas filmagens intermináveis. Em 2000, seu filme de sucesso Amor à flor da pele teve que ser apresentado inacabado neste mesmo festival.

A seção em homenagem ao Cinema Novo exibirá, ainda, Bye bye Brasil (1979), de Cacá Diegues, Vidas secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos, e O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, Palma de Ouro em 1962.

AFP
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