Quentin Tarantino em Cannes
Foto: Reuters
O diretor americano garante ainda que a paixão pelo cinema é o único guia nas deliberações do júri, que tem entre seus membros três atrizes, a francesa Emmanuelle Béart, a britânica Tilda Swinton e a americana Kathleen Turner, e uma romancista haitiana, Edwige Danticat.
Os outros profissionais que decidirão a Palma de Ouro 2004 são o cineasta de Hong Kong, Tsui Hark, o diretor dos EUA Jerry Schatzberg, o ator belga Benoit Poelvoorde e o crítico dinamarquês e professor de história do cinema Peter von Bach.
O diretor de Kill Bill 2, apresentado no Festival fora de competição, assegura que dirige os debates com a intenção expressa de, em nenhum caso, se deixar sensibilizar por considerações alheias "aos filmes, ao cinema e ao amor pelo cinema".
Para instaurar esse "verdadeiro debate" necessário para uma boa eleição, basta "deixar a paixão falar", diz Tarantino, que agradece a Cannes, entre outras coisas, porlhe ter poupado dez anos ao conceder a Palma de Ouro a seu Pulp Fiction em 1994.
Tarantino é uma apaixonado pela sétima arte, que diz ter "só um gosto especial pela ação e a violência no cinema", e "não quer intelectuais, nem políticos, nem nacionalistas, mas apaixonados". Ele afirma que se entrega a suas tarefas de jurado sem idéias preconcebidas, sem se importar com quem é o diretor do filme que está vendo, qual sua idade ou o que fez antes.
Ele declarou à revista especializada Studio, antes de ir a Cannes, que "somente porque um filme foi feito por um cineasta chileno condenado à prisão perpétua ou por um iraniano assassinado por seu governo e apresentado em Cannes a título póstumo não significa que vai levar a Palma de Ouro".
Com as idéias bem claras, o jurado completa hoje suas impressões antes de anunciar amanhã sua decisão.
No total são 21 candidatos este ano ao prêmio, vindos dos quatro cantos do planeta e com gêneros e temas bastante variados. Da biografia à exploração da vida cotidiana, da realidade política e o amor à ciência e a ficção, com Wong Kar-wai em 2.046.
O esperado filme que foi finalizado justo a tempo para sua estréia, ontem à noite, e estrelado pelos melhores atores asiáticos do momento, liderados por Zhang Ziyi, Gongo Li e Tony Leung, não atingiu todas as expectativas.
Por isso, entre os grandes favoritos à Palma de Ouro estão, segundo as previsões, Comme une image, de Agnes Jaoui; Zivot Je Cudo, de Emir Kusturica; Fahrenheit 9/11, de Michael Moore, e Diários de Motocicleta, de Walter Salles.
Como novidade, este ano competem dois documentários cuja exibição foi particularmente apreciada, Mondovino, de Jonathan Nossiter, e Farenheit 9/11, e duas animações, o americano Shrek 2, e Innocence, um "anime" japonês de Mamoru Oshii.
Além disso, a competição dedica grande espaço a "colocar novos diretores no mapa internacional do cinema", como a argentina Lucrecia Martel, com "La niña santa", e os coreanos Park Chan-wook, com Old Boy, e Hong Sang-soo, com La femme est l'advir de l'homme.
Outros novos autores nesta seção são o italiano Paolo Sorrentino, com Le conseguenze dell'amore, e os franceses Agnes Jaoui (Comme une image) e Tony Gatlif (Exils). A Tailândia chegou pela primeira vez a Cannes com o diretor Apichatpong Weerasethakul e seu filme Tropical Malady e Alemanha voltou depois de vários anos de ausência com Edukators, de Hans Weingartner.
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