Neste sábado serão anunciados os vencedores dos prêmios desta 57a. edição do Festival Internacional de Cinema de Cannes.
Entre os favoritos estão Diários de Motocicleta, de Walter Salles; Old Boy, do coreano Park Chan-wook; Comme Une Image, da francesa Agnes Jaoui, e Fahrenheit 9/11, do americano Michael Moore.
O filme chinês exibido hoje tem muitos pontos em comum com a produção anterior de Won Kar-wai, Amor à Flor da Pele (2000), mas não acrescenta nada novo a essa concepção cinematográfica que antes chamou a atenção da imprensa especializada.
O filme narra a história de um escritor que pensa que escreve sobre o futuro mas, de fato, o faz sobre o passado. Em seu romance, um misterioso trem faz uma viagem no tempo até 2046. Todos os que viajam para essa época partem com a intenção de readquirir suas lembranças perdidas.
No filme há vários níveis: o futuro, o presente e o passado. As cenas de ficção científica sobram neste longa-metragem que poderia ter se limitado a contar a história do protagonista e seus amores no passado e o presente.
Wong Kar-wai, no entanto, é um mestre na parte técnica das filmagens. Suas imagens são simples e profundas, como se tivessem saído de um quadro.
Depois da projeção, o cineasta chinês afirmou que todos têm "necessidade de um lugar onde guardar ou esconder nossas lembranças, pensamentos, impulsos, esperanças e sonhos".
"Para alguns este lugar é um lugar real; para outros, um espaço mental. E para poucos, não é nem uma coisa nem a outra".
Wong Kar-wai nasceu em Xangai, mas migrou para Hong Kong aos cinco anos. Seu primeiro filme, As Tears Go By, é de 1988 e rapidamente ele foi considerado o "enfant terrible" do cinema local.
Esse filme foi apresentado na seção Semana da Crítica do Festival de Cannes de 1989. Seus dois últimos filmes também estiveram presentes nesta mostra: Felizes Juntos, em 1997, pelo qual recebeu o prêmio de melhor diretor, e Amor à Flor da Pele, que deu a Tony Leung o prêmio de melhor ator em 2000.
Já o filme de Hopkins se destaca especialmente o trabalho de Geoffrey Rush, que interpreta magistralmente o ator Peter Sellers, um homem genial e neurótico, dominado por sua mãe. O longa-metragem se baseia em livros, entrevistas, documentários e filmes caseiros feitos pelo ator ou membros de sua família. O resultado é um filme muito interessante e bem construído que chegou a Cannes com o status de obra-prima.
Mesmo que não chegue a tanto, o filme não deixa de ter outros méritos e é um apaixonante trabalho sobre vida de um ator delirante que começou sua carreira na rádio da BBC e terminou como ídolo de milhões de pessoas de todo o mundo.
Pressionado por uma mãe muito possessiva, Sellers teve que lutar constantemente para encontrar seu lugar, tanto em relação ao público como às mulheres e à família. Nem suas conquistas e seus casamentos lhe trouxeram a serenidade.
Certa vez, o talentoso ator britânico chegou a dizer: "odeio tudo que faço". Este filme revela os tormentos de um ator carismático que, graças às dúvidas e ao humor, soube emocionar o mundo inteiro.
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