Paulinho Vilhena: domando o violão

No quarto-cenário do set do longa As Melhores Coisas do Mundo, num apartamento duplex do centro de São Paulo - as locações do longa estão espalhadas pela capital paulista -, passam-se algumas incontáveis tomadas até que o ator Paulo Vilhena deixa o cenário e tira a blusa, dando-a a seu dublê. Ricardo Barros, músico profissional, assume o lugar do ator global, para rodar as tomadas onde a habilidade para se dedilhar um violão estará sob os holofotes. No longa, Vilhena interpreta um professor do instrumento e espécie de guru do protagonista, o Mano (papel do estudante Francisco Miguez, de 14 anos).

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Paulinho não toca violão, daí Ricardo assumir seu lugar nos closes musicais - Ricardo se traveste de Paulinho nos mínimos detalhes. Não é só a roupa que o músico empresta do ator. A maquiadora Dona Meirelles aplica nas mãos de Ricardo um líquido especial, vindo dos Estados Unidos, que pinta as mãos do músico para que elas fiquem no mesmo tom dourado das de Vilhena - um surfista inveterado.

"Meu personagem fica dando conselhos sobre aquelas coisas que te deixam meio maluco quando você é adolescente. Tipo aquela menina que você quer comer e não consegue", diz Vilhena depois de se trocar, bem tímido, olhando para a paisagem do Vale do Anhangabaú. Ele conta que não teve tempo suficiente para se preparar para o papel. Tinha apenas dois dias para rodar suas cenas.

Treinando o dedilhado
Apesar do reforço de Ricardo, para encarnar o papel o ator, que acabou de gravar a novela global Três Irmãs, estudou durante cerca de uma semana o instrumento. Os calos nos dedos valeram a pena. O músico Bid, que compõe a trilha do filme, elogia o esforço de Paulinho. "Ele está indo muito bem. Pegou o jeito em poucos dias", comenta Bid, que atua no set como um consultor e coach de Paulinho nas cenas com violão.

Bid também compõe a trilha de As Melhores Coisas do Mundo com Fernando Nunes. Ele conta que ela será quase toda de instrumentais, que irão visitar os estilos eletrônico, folk e alternativo. "Será uma coisa mais delicada, mais sensível. Nada muito roqueiro, apesar de o protagonista ser adolescente." A trilha trará também uma música inédita de Arnaldo Antunes.