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Cinema

 
 

Hollywood do interior abriga produções e escolas de cinema

13 de julho de 2009 15h29 atualizado às 15h30

Cidade cenográfica utilizada no filme 'O Menino da Porteira'. Foto: Tiago Dias/Divulgação

Cidade cenográfica utilizada no filme 'O Menino da Porteira'
Foto: Tiago Dias/Divulgação

Considerada uma importante área petrolífera do País, a cidade de Paulínia, no interior de São Paulo, cede espaço a um novo tipo de empreendimento. Hoje, o pólo cinematográfico da cidade caminha com as próprias pernas e já mantém inúmeros projetos, que vão além do Festival Paulínia de Cinema. Filmes como O Menino da Porteira, Ensaio Sobre a Cegueira e Salve Geral utilizaram algum serviço da cidade quando foram gravados. Lá, os produtores de cinema têm à disposição estúdios, cidade cenográfica e acesso a um banco de dados de locações e figurantes.

» Veja fotos dos cenários produzidos em Paulínia

Atualmente, o primeiro estúdio de 650 m² abriga a pré-produção de As Vidas de Chico Xavier, próximo projeto do diretor Daniel Filho, que será homenageado no dia 16, durante o encerramento do Festival. Segundo Albert Moreira, diretor do Departamento de Cinema da cidade, a produção do filme havia gostado muito da infraestrutura do espaço e resolveu começar a trabalhar no estúdio antes mesmo de sair o resultado do edital, pelo qual conseguiu o financiamento de R$ 1,5 mi.

Com camarins, sala de produção, ruídos de construção e ala de figurino, o estúdio central é o local onde está sendo montada uma das casas em que será rodada a cinebiografia do escritor espírita.

As Vidas de Chico Xavier terá duas semanas de filmagens em estúdio, que possui acabamento sonoro, piso flutuante que absorve ruídos, grides ajustáveis para fixação de cenários e até still para paisagem computadorizada. Após essa etapa, a produção parte para locações na cidade. "Isso custa 10% menos do que em qualquer outro estúdio, é um suporte que a prefeitura dá para viabilizar a produção", diz Moreira.

Com o banco de dados das locações de Paulínia, a produção de qualquer filme pode fechar uma área específica para as gravações. Salve Geral, ainda sem data de estreia prevista, recria o dia em que os ataques de um grupo de criminosos, o PCC (Primeiro Comando da Capital), pararam a cidade de São Paulo.

Já para o filme O Menino da Porteira, com o cantor Daniel, uma área rural foi escolhida como cenário de um vilarejo da década de 50. Passado mais de um ano das filmagens, o lugar ainda está quase intacto com a reconstituição de lojas da época.

Moreira comenta que um novo estúdio de 1.200 m² está prestes a ser inaugurado, além de outros dois em projeto. "Tudo isso para suportar a quantidade de produções que vamos receber". Uma produtora de animação também está em ritmo acelerado para a inauguração. À frente desse novo braço do pólo está o israelense Effi Wizen, diretor de efeitos especais do filme A História Sem Fim III.

Cenários de Lego
Os projetos de cinema em Paulínia também conquistaram espaço na área educacional. Além da Escola Paulínia de Cinema, que oferece cursos gratuitos da área para todas as idades, há a oficina de Stop Motion, uma parceria inédita da Prefeitura com a equipe brasileira da Lego - aqueles blocos coloridos que alegraram a infância de 9 em cada 10 crianças.

Para participar do projeto, são selecionadas crianças de 4 a 15 anos com habilidades para roteiro, produção executiva, design e animação. Cada módulo do curso tem a duração de três meses.

Visitando a escola, considerada a maior do gênero no mundo, é fácil se deparar com cenários completos feitos com Lego. "A ideia é despertar o interesse nas crianças, para buscar novas ferramentas criativas, e não se tornar necessariamente um cineasta", explica Albert Moreira, diretor do Departamento de Cinema da cidade.

Redação Terra