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Cinema

 
 

Polêmico no Brasil, 'Os Mercenários' traz "durões" se divertindo

05 de agosto de 2010 12h00

Uma reunião entre velhos amigos com muitos interesses em comum. Esta é a melhor definição de Os Mercenários, filme escrito, dirigido e protagonizado pelo sessentão Sylvester Stallone. Enquanto uns chamam sua turma para um chope no final da tarde ou talvez para um jogo de pôquer madrugada adentro, o eterno Rambo prefere chamar amigos como Jet Li, Jason Statham, Dolph Lundgren e Eric Roberts para dar tiros e explodir alguns prédios.

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Até mesmo Mickey Rourke, reconhecido a pouco pela ação descerebrada, está presente na turma, como o mercenário aposentado que prefere passar seus dias com a arte da tatuagem ou na companhia de alguma bela namorada que sequer lembra o nome. Mas é quando surgem os dois maiores ícones dos filmes de ação que fica clara a intenção de Sly. Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger mal conseguem segurar as risadas em cena, mostrando que o filme não é mesmo para ser levado a sério.

Não são apenas os atores que se divertem com a cena, mas também o público que percebe que Os Mercenários não tem qualquer pretensão maior do que a pura e simples diversão. Stallone, desta vez, não busca mais um Oscar como conseguiu surpreendentemente com Rocky. Mesmo Rambo, que compartilha tiros, explosões e testosterona em excesso, pode ser complexo perto de sua nova obra.

Até porque, qualquer motivo é válido para uma reunião de velhos amigos. Por que não salvar um país de terceiro mundo controlado por um ditador que é marionete de um figurão norte-americano? Ainda mais se houver uma bela mulher em risco. Gisele Itié, no caso, que conquista o coração do durão Barney Ross, vivido por Stallone. O personagem, líder de um grupo de justiceiros, recebe uma proposta milionária para matar o ditador e livrar seu povo. Mas, é claro, o coração que será responsável por aceitar o trabalho, mesmo sabendo que pode ser suicídio.

Clichê? Sim, este filme já foi feito tantas outras vezes. Provavelmente, muitas delas até com mais competência do que em Os Mercenários. Mas nunca ninguém foi capaz de reunir em um mesmo filme de ação tantos heróis como neste. E apenas Stallone seria mesmo capaz de juntar tantos astros. Dos grandes, talvez apenas Jean-Claude Van Damme fique de fora, já que o ator belga já tinha se divertido sozinho em JCVD, de 2008.

Famosa nas televisões brasileiras, a mexicana Gisele Itié não chega a ter uma interpretação memorável, até mesmo porque um filme de ação como este não chega a permitir isso. Mas a atriz não se compromete e faz exatamente aquilo que se espera de uma mocinha de um longa do nível de Os Mercenários.

A polêmica pela forma deselegante como Stallone agradeceu por ter filmado em terras brasileiras talvez gere um mal-estar maior depois da estreia, mas não deve comprometer o resultado. O público que se espera para a obra não está incomodado com isso. Os Mercenários é apenas um monte de explosões como desculpa para ir ao cinema. Quem sabe em uma reunião de velhos amigos que compartilham do interesse de ver um filme de ação.

Redação Terra