Marcelo Galvão em cena de 'Colegas'
Foto: Andréa Beni/Divulgação
Dois anos depois de ser exibido no Festival de Cinema Brasileiro de Los Angeles, Bellini e o Demônio chega aos cinemas do Rio de Janeiro nesta sexta (27). Distante da badalação do lançamento, o diretor Marcelo Galvão está mais ansioso pela vinda do DVD, que deve conter a versão que ele quis contar no filme, mas não pode.
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Filmando seu próximo longa, Colegas, o cineasta falou com o Terra sobre sua difícil relação com o filme baseado no livro do músico Tony Belloto. "Tem bastante coisa interessante, mas não acho que seja a montagem correta e acho que isto prejudica um pouco a história", disse.
O problema começou quando o produtor Teodoro Fontes não gostou da montagem de Galvão e pediu um tempo para avaliar o que podia ser feito. "Fiquei sabendo que o filme estava pronto no Festival de Los Angeles, quando Fábio Assunção ganhou o prêmio de Melhor Ator". Apenas depois do evento, o diretor viu o filme montado e não gostou.
"Tudo o que eu imaginei, o que eu escrevi, na forma como foi montado não transmite aquilo que eu queria expressar". Marcelo, que escreveu o roteiro inspirado pelo mago britânico Aleister Crowley, acha que sua versão tem muito mais profundidade do que a que está sendo lançada.
A influência de Crowley foi bem recebida por Tony Belloto que disse também ser um admirador do ocultista, de acordo com Galvão. O diretor, no entanto, não se lembra de nenhuma participação do músico no roteiro, que é assinado pelos dois. Mesmo assim, Marcelo assume que escreveu sua versão a partir de um roteiro prévio.
O desagrado de Marcelo com o filme pronto só diminuiu com a promessa de Teodoro de que no extra do DVD sairia um Director's Cut. "Foi uma conversa que eu tive com ele, espero que seja cumprida", disse. Sobre a diferença entre versões, Marcelo afirma que "são visões diferentes e ele é o dono do filme, então faz o que quiser".
Em Paulínia, no interior de São Paulo, Marcelo Galvão filma Colegas, um road movie sobre três jovens com Síndrome de Down em busca de seus sonhos. O diretor ainda se prepara para lançar no início de 2011 seu último longa, Rinha, de jovens ricos que promovem rinhas de homens pobres.
Com a proximidade de lançamento dos dois, e a promessa de sua versão de Bellini e o Demônio no DVD, o cineasta fica mais tranqüilo. "A carreira do diretor é feita pela filmografia e se aquilo não é o que te agrada, você pode acabar sujando sua carreira".
- Redação Terra