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Cinema

 
 

Natalie Portman não consegue dar jeito em 'Sexo sem Compromisso'

17 de março de 2011 20h54 atualizado às 21h02

Cena de 'Sexo sem Compromisso'. Foto: Divulgação

Cena de 'Sexo sem Compromisso'
Foto: Divulgação

Comédia romântica, não se enganem, é uma arte. O gênero que costuma ser visto de soslaio por boa parte da crítica é o mesmo que, década após década, imprime clássicos que decoram a sala de estar de muita gente sabida mundo afora. Audrey Hepburn, Cary Grant e Doris Day estão aí (estavam, na verdade) para provar isso. Pois bem, Natalie Portman, que acaba de ganhar esse extenso e pesado sobrenome de "Vencedora do Oscar", é estrela de uma nova comédia romântica que, a princípio, tinha todos os elementos para ser uma dessas histórias bem resolvidas com jeitinho de quem consegue seduzir vestido apenas um pijama.

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Mas... Sim: Mas. Eis que Sexo sem Compromisso recai no mesmo e já batido erro que vem transformando esse maravilhoso gênero do cinema em uma fórmula pronta, desfazendo a antiga teoria publicitária de que existem mil maneiras de preparar Neston. Sim, este é um filme que não inventa nada e que, a despeito disso, ainda assim vai te fazer rir em algum momento. Só não espere colar seu cartaz em qualquer parede da casa.

Vamos reto e simples à trama: moça (Natalie Portman) e rapaz (Ashton Kutcher, no mesmo papel de sempre) se conhecem em tenra adolescência e trocam duas ou três frases afetuosas - à medida em que o afeto se manifesta na explosão hormonal da idade. Corta para alguns anos depois. Os dois se reencontram em um dessas festas de copo de plástico, muita cerveja e jovens universitários sem grandes ambições acadêmicas. O laço começa a se criar, mas ainda não é o suficiente para atar os dois protagonistas. Novo corte de tempo. Ambos se cruzam em espaço público, já crescidos, adultos e com contracheques. Entre risos e rápidos flertes, eles combinam de se ligar e se encontrar por aí. E aí vem o último - ainda bem - avanço temporal: um ano depois, por engano, ele termina indo parar na casa dela e, claro, em algum momento, eles fazem sexo.

O filme de Ivan Reitman, dono de um histórico pouco entusiasmante (Minha Super Ex-Namorada, Seis Dias, Sete Noites e Dave - Presidente Por um Dia), faz aquilo que 9 entre cada 10 comédias românticas fazem hoje: constroem personagens que nasceram com frases prontas e cujos conflitos emocionais são tão densos quanto uma espuma. No meio disso, joga piadas bem sacadas que farão você esquecer, por alguns instantes, que estamos diante de um romance cujo nosso piloto automático sabe como começa, se desenrola e termina.

A citar o momento "Mixtape menstrual", ponto alto do filme - e não há sarcasmo nisso. Quando finalmente cria e grava uma lista de músicas para acalentar as cólicas menstruais de Emma, o bonitão Adam revela que, além de apaixonado, tem senso de humor: genial colocar faixas como Sunday, Bloody Sunday e, claro, Keep Bleeding Love no meio do disco.

E parou por aí. A graça da trama cujo plot se sustenta na ideia de que se pode fazer sexo com a mesma pessoa ad infinitum sem se apaixonar - vai se perdendo, a caricatura do tiozão vivida por Kevin Kline (pai de Ashton Kutcher na trama) incomoda e nem Natalie, no papel de uma médica com maquiagens impecáveis nos piores plantões, consegue ressuscitar o filme. Difícil essa vida sem comédias românticas para nos acalentar.

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