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Cinema

 
 

Cinema asiático é homenageado no Festival de Veneza

30 de agosto de 2005 16h10 atualizado em 02 de setembro de 2005 às 19h28

O cinema asiático, com suas produções deslumbrantes, as clássicas cenas de batalha de artes marciais e os inovadores 'mangás' (quadrinhos japoneses), será o grande homenageado da 62ª edição do Festival de Cinema de Veneza, que começa nesta quarta-feira.

Veja os concorrentes

Com 60 filmes de diretores chineses, japoneses, taiwaneses e coreanos, a edição de 2005 da mostra veneziana terá um forte sabor oriental.

Sete Espadas, novo filme do vietnamita criado em Hong Kong Tsui Hark, considerado o Steven Spielberg do Oriente por sua maestria em combinar criatividade e espetáculo, abrirá oficialmente a mostra, com um filme épico bem ao estilo do lendário Akira Kurosowa. O encerramento da mostra, em 10 de setembro, ficará a cargo do filme Perhaps Love, de Peter Ho-sun Chan (Hong Kong).

Assim como ocorreu com Kurosawa - chamado imperador do cinema japonês - que foi descoberto pelo mundo ocidental graças ao Festival de Veneza, que o premiou em 1951 com o Leão de Ouro por Rashomon, esta edição quer homenagear o cinema do Extremo Oriente.

Considerado um dos melhores do mundo, apesar da escassa distribuição e do preconceito de que só aborda artes marciais, o cinema asiático atravessa um momento mágico, que a Mostra quer reconhecer.

"O cinema asiático confirma sua grande vitalidade e sabe desafiar o cinema-espetáculo de Hollywood", declarou o diretor do festival veneziano, Marco Muller, um estudioso da China, que dirige a mostra pelo segundo ano consecutivo.

Além do audacioso Hark, de 54 anos, serão apresentadas as últimas produções do coreano Park Chan, com a última parte de uma trilogia sobre a vingança e o novo filme do taiwanês Ang Lee, aclamado pelo sucesso de bilheteria O Tigre e o Dragão (2000), um dos diretores capazes de dirigir qualquer tipo de filme, inclusive um western como Cavalgada com o Diabo (1999).

Lee disputa com outros 18 filmes o Leão de Ouro da seção oficial com Brokeback, filme produzido no Canadá, ambientado no oeste dos Estados Unidos.

Com cerca de 50 filmes, a retrospectiva "A História Secreta do Cinema Asiático" será apresentada em duas seções: uma dedicada ao "cinema chinês de 1934 a 1990" e outra ao "cinema japonês de 1946 a 1976". Organizada e preparada por Muller, a retrospectiva conta com raridades do cinema chinês dos anos 30 e 40, algumas sobre a chegada do regime comunista, em 1949, e vários filmes raros de artistas japoneses.

O Leão de Ouro pelo conjunto da obra será concedido pela primeira vez a um autor de desenhos animados, o japonês Hayao Miyazaki, um dos maiores diretores e animadores do Japão, sendo comparado a Walt Disney.

Miyazaki, de 64 anos, criador de A Viagem de Chihiro (2001), que obteve o Oscar de melhor longa-metragem de animação em 2003, também desenha famosos 'mangás', que têm uma linguagem e uma estética que fascina as novas gerações do mundo inteiro.

AFP
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