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Cinema

 
 

Festival de Veneza começa com Meirelles na disputa

31 de agosto de 2005 14h56 atualizado em 02 de setembro de 2005 às 19h31

Cercada de medidas de segurança, começa hoje a 62ª edição do Festival Internacional de Veneza, com a projeção fora de competição do filme "Qi Jian", do vietnamita Tsui Hark, uma violenta fita ambientada no século XVII durante a dinastia Quing chinesa.

Veja os concorrentes

Nesta edição, em que o diretor brasileiro Fernando Meirelles disputa o Leão de Ouro com "O Jardineiro Fiel", os organizadores, sob a rígida direção de Marco Muller, responsável pelo festival, parecem ter programado mais conteúdo que em anos anteriores; sem, contudo, abrir mão das atrações típicas das grandes festas populares, incluindo algumas surpresas e ousadias.

Considerando todas as seções, há uma presença maciça dos Estados Unidos, seguida pela filmografia asiática, possivelmente a preferida de Muller, que é estudioso da cultura chinesa.

O diretor brasileiro Fernando Meirelles disputa o Leão de Ouro com "O Jardineiro Fiel", uma história político-social ambientada no norte do Quênia.

A grande surpresa é o último filme do diretor veterano português Manoel de Oliveira, que, aos 97 anos, leva a Veneza "Espelho mágico". A crítica espera intrigada pela projeção. Outro português, João Botelho, mostra seu "O fatalista", uma nova versão do clássico de Diderot "Jacques, o fatalista".

Os atores e diretores americanos George Clooney e John Turturro trazem a Veneza películas que devem agradar a seus fãs: "Good Night and Good Luck (Boa noite e boa sorte)" e "Romance and Cigarettes (Romance e cigarros)", respectivamente.

Outro americano, Abel Ferrara, chega à cidade com "Mary", filme em que os personagens bíblicos se misturam à realidade atual. Seu compatriota Terry Gilliam apresenta "The Brothers Grimm (Os irmãos Grimm)", uma provocativa e audaciosa história gay de cowboys.

O jovem russo Aleksey German contribui para a competição com "Garpastum", um filme ambientado em 1914 em São Petersburgo, no começo da Segunda Guerra Mundial, com o Império russo à beira do colapso.

O capítulo asiático na seleção oficial é representado por Stanley Kwan, de Hong Kong, com "Chanhen ge"; o taiuanês Ang Lee, com "Brokeback Mountain"; e o coreano Park Chan-wook, com "Chin-jeol-jan Geum-ja-set" Outro veterano, o polonês Krzysztof Zanussi, leva a Veneza uma história de intrigas políticas, éticas e morais ambientada no Uruguai.

França, Reino Unido e Itália têm papel fundamental nesta 62ª edição da mostra. A primeira se apresenta com os filmes de Laurent Cantet ("Vers le sud", Em direção ao sul), Patrice Chéreau ("Gabrielle") e Philipe Garrell ("Les amants réguliers", Os amantes regulares).

O britânico John Madden, que ganhou fama internacional em 1998 com "Shakespeare Apaixonado", lança com seu último filme, "Proof" (Prova).

A Itália mostra obras de três diretores: Pupi Avati ("La seconda notte di nozze", A segunda noite de núpcias), Cristina Comencini ("La bestia nel cuore", O animal no coração) e Roberto Faenza ("Il giorni dell'abbandono", O dia do abandono).

Na seleção "Fora de Concurso" - em que estão filmes de Steven Soderbergh, Ron Howard, Cameron Crowe e John Singleton, entre outros - será apresentada uma fita espanhola, "Fragile (Frágil)", de Jaume Balagueró.

Na seleção "Horizontes", será exibido "La vida secreta de las palabras (A vida secreta das palavras)", da espanhola Isabel Coixet.

O filme fala do poder do amor diante das condições mais adversas.

"La dignidad de los nadies (A dignidade dos ninguéns)", do argentino Fernando Solanas, que testemunha a resistência social na Argentina frente ao desemprego e a fome produzidos pelos modelos econômicos relacionados com a globalização.

EFE
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