Nesta edição, em que o diretor brasileiro Fernando Meirelles disputa o Leão de Ouro com "O Jardineiro Fiel", os organizadores, sob a rígida direção de Marco Muller, responsável pelo festival, parecem ter programado mais conteúdo que em anos anteriores; sem, contudo, abrir mão das atrações típicas das grandes festas populares, incluindo algumas surpresas e ousadias.
Considerando todas as seções, há uma presença maciça dos Estados Unidos, seguida pela filmografia asiática, possivelmente a preferida de Muller, que é estudioso da cultura chinesa.
O diretor brasileiro Fernando Meirelles disputa o Leão de Ouro com "O Jardineiro Fiel", uma história político-social ambientada no norte do Quênia.
A grande surpresa é o último filme do diretor veterano português Manoel de Oliveira, que, aos 97 anos, leva a Veneza "Espelho mágico". A crítica espera intrigada pela projeção. Outro português, João Botelho, mostra seu "O fatalista", uma nova versão do clássico de Diderot "Jacques, o fatalista".
Os atores e diretores americanos George Clooney e John Turturro trazem a Veneza películas que devem agradar a seus fãs: "Good Night and Good Luck (Boa noite e boa sorte)" e "Romance and Cigarettes (Romance e cigarros)", respectivamente.
Outro americano, Abel Ferrara, chega à cidade com "Mary", filme em que os personagens bíblicos se misturam à realidade atual. Seu compatriota Terry Gilliam apresenta "The Brothers Grimm (Os irmãos Grimm)", uma provocativa e audaciosa história gay de cowboys.
O jovem russo Aleksey German contribui para a competição com "Garpastum", um filme ambientado em 1914 em São Petersburgo, no começo da Segunda Guerra Mundial, com o Império russo à beira do colapso.
O capítulo asiático na seleção oficial é representado por Stanley Kwan, de Hong Kong, com "Chanhen ge"; o taiuanês Ang Lee, com "Brokeback Mountain"; e o coreano Park Chan-wook, com "Chin-jeol-jan Geum-ja-set" Outro veterano, o polonês Krzysztof Zanussi, leva a Veneza uma história de intrigas políticas, éticas e morais ambientada no Uruguai.
França, Reino Unido e Itália têm papel fundamental nesta 62ª edição da mostra. A primeira se apresenta com os filmes de Laurent Cantet ("Vers le sud", Em direção ao sul), Patrice Chéreau ("Gabrielle") e Philipe Garrell ("Les amants réguliers", Os amantes regulares).
O britânico John Madden, que ganhou fama internacional em 1998 com "Shakespeare Apaixonado", lança com seu último filme, "Proof" (Prova).
A Itália mostra obras de três diretores: Pupi Avati ("La seconda notte di nozze", A segunda noite de núpcias), Cristina Comencini ("La bestia nel cuore", O animal no coração) e Roberto Faenza ("Il giorni dell'abbandono", O dia do abandono).
Na seleção "Fora de Concurso" - em que estão filmes de Steven Soderbergh, Ron Howard, Cameron Crowe e John Singleton, entre outros - será apresentada uma fita espanhola, "Fragile (Frágil)", de Jaume Balagueró.
Na seleção "Horizontes", será exibido "La vida secreta de las palabras (A vida secreta das palavras)", da espanhola Isabel Coixet.
O filme fala do poder do amor diante das condições mais adversas.
"La dignidad de los nadies (A dignidade dos ninguéns)", do argentino Fernando Solanas, que testemunha a resistência social na Argentina frente ao desemprego e a fome produzidos pelos modelos econômicos relacionados com a globalização.
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