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Cinema

 
 

Ang Lee cria frisson em Veneza com filme sobre caubóis gays

02 de setembro de 2005 12h41 atualizado às 19h44

Uma dupla de caubóis gays chegou a Veneza na sexta-feira com Brokeback Mountain, de Ang Lee, que deve provocar muitos comentários no festival anual de cinema da cidade por suas cenas de amor homossexual no meio da natureza selvagem do Wyoming.

Veja os concorrentes

O filme é estrelado por Heath Ledger e Jake Gylenhaal, dois dos atores mais cotados da geração jovem de Hollywood. É uma história de amor comovente que começa em 1963 e termina 20 anos mais tarde.

Brokeback Mountain é um dos 20 filmes que concorrem pelo cobiçado Leão de Ouro no festival de cinema mais antigo do mundo, que se prepara para seu fim de semana mais agitado, com mais nomes de primeira linha de Hollywood prontos a levar glamour e fãs ensandecidos para o famoso Lido.

Ambos os atores também estão em outros filmes inscritos na competição oficial. O galã australiano Ledger está em The Brothers Grimm, de Terry Gilliams, e Gylenhaal faz par com Gwyneth Paltrow em Proof. Heath Ledger tem ainda um terceiro filme a ser exibido em Veneza, Casanova, este fora da competição.

O ator comentou que Brokeback Mountain, ambientado entre belíssimas paisagens de montanha, foi a primeira história de amor "verdadeira" na qual já atuou.

"Parece que não sobrou muito mistério nas histórias de amor entre homens e mulheres - tudo já foi feito ou visto antes", disse ele em notas da produção divulgadas antes da pré-estréia, na sexta-feira.

Para Ang Lee, criador de O Tigre e o Dragão, o filme baseado num conto da escritora Annie Proulx é sobre a busca de amor e felicidade diante da adversidade.

"Ennis e Jack vivem no oeste americano, com seus valores tradicionais e machistas. Então são obrigados a manter silêncio sobre tudo o que sentem."

Diferentemente de Heath Ledger, Jake Gyllenhaal não sabia andar a cavalo antes do filme. Para preparar-se para o papel, passou um mês no que chamou de "campo de treinamento para ser caubói".

Espírito Independente

Fiel ao espírito de muitos dos filmes americanos exibidos em Veneza este ano, Ang Lee descreve Brokeback Mountain como filme independente, feito com orçamento restrito.

Vários outros trabalhos norte-americanos no festival, incluindo Good Night. And, Good Luck, de George Clooney, que fez sua pré-estréia na quinta-feira, apontam para uma abordagem menos dominada pelos grandes estúdios, sendo que vários dos filmes são produções inteira ou parcialmente independentes.

Do outro lado do espectro está The Brothers Grimm, com orçamento estimado em US$ 80 milhões, estrelado por Matt Damon, Jonathan Pryce e Monica Bellucci.

Clooney, que dirigiu Good Night e atuou no filme, atraiu fãs enlouquecidas a seu evento no tapete vermelho na quinta-feira, quando distribuiu autógrafos e conversou com uma multidão sobretudo feminina. O ator e diretor tem uma casa às margens do lago Como, na Itália.

Sua história sobre o uso da televisão por um jornalista para expor as táticas controladoras do senador Joseph McCarthy e o Comitê de Atividades Antiamericanas da Câmara em sua cruzada anticomunista foi, de modo geral, bem recebida pela crítica e os jornalistas.

Este ano o Festival de Veneza também quer destacar o cinema asiático, e o "filme surpresa" de 2005, que entrou para a competição oficial na última hora, é o mistério cult Takeshi's, do diretor japonês Takeshi Kitano.

O filme será exibido nesta sexta-feira, além de Initial D, filme de Hong Kong estrelado por Jay Chou e Anthony Wong.

Reuters
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