Mangá chega a Veneza com blockbuster "Initial D"

Veja os concorrentes

O filme sobre perseguições em alta velocidade é estrelado pelo ídolo pop taiuanês Jay Chou, em seu primeiro trabalho no cinema.

O trabalho já superou as vendas de filmes de Hollywood nas bilheterias de Hong Kong, apesar da decisão polêmica de filmar a história japonesa com um elenco que fala chinês do Cantão.

O filme vai estrear no Japão em 17 de setembro. É justamente neste país que o mangá, ou história em quadrinhos, possui uma base de fãs fiéis.

Os diretores Andrew Lau e Alan Mak disseram que tentaram manter o filme o mais realista possível. Para garantir ao espectador uma experiência realmente assustadora, as cenas de perseguições em carros são reais.

"No caso dos carros em alta velocidade, eu queria velocidade real", disse Lau. "Isso é fácil numa estrada normal, mas quando se dirige numa descida, tudo fica mais difícil."

A dupla formada por Andrew Lau e Alan Mak é conhecida sobretudo por sua trilogia Infernal Affairs, que está sendo refilmada para Hollywood por Martin Scorsese.

"Tivemos sorte: conseguimos terminar as filmagens sem ninguém se machucar", disse o diretor.

O filme conta a história de um entregador de tofu que tenta tornar-se piloto campeão no velho Toyota de seu pai, usando a técnica de corrida conhecida como "drifting", ou "d" (deixar-se levar), a maneira mais rápida de passar por uma curva.

Em corridas destemidas que lembram os filmes americanos da década de 1950 sobre grupos de adolescentes, o protagonista enfrenta seus rivais nas curvas em L do Monte Akina.

Nunca muito distante do mangá que o inspirou ¿ tanto que possui enquadramentos em estilo de quadrinhos, rompendo as sequências de corrida ¿, o filme também possui drama, com o ator Anthony Wong, veterano do cinema de Hong Kong, no papel do pai beberrão e abusivo do garoto.

Initial D já chegou a aumentar as vendas de carros de segunda mão do modelo de Toyota dirigido pelo herói da história.

Apesar do sucesso, Lau disse que vai pensar com cuidado antes de fazer uma sequência.

"Fazer a 'parte dois' é difícil porque é preciso pensar num elemento novo, não apenas no carro ou local", disse o diretor em entrevista. "Quero criar algo que seja mais do que simplesmente uma 'parte dois'."