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Cinema

 
 

História dos irmãos Grimm leva conto de fadas a Veneza

05 de setembro de 2005 13h00 atualizado às 13h39

The Brothers Grimm, de Terry Gilliam, levou magia de conto de fadas ao Festival de Cinema de Veneza no domingo. O filme não causou boa impressão nos Estados Unidos, de modo que o diretor estava torcendo por um final feliz na Europa.

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Repleto de ação e efeitos especiais, o filme extravagante, de custo estimado em 90 milhões de dólares, é um dos 20 que competem pelo cobiçado Leão de Ouro, o prêmio mais importante da competição de cinema mais antiga do mundo.

Gilliam relata a história dos irmãos Grimm na vida real, apresentando-os como dois vigaristas do século 19 que percorrem a zona rural da Alemanha, ocupada pela França, aproveitando-se das superstições de camponeses simples que se rendem a seus truques e feitiços.

Mas eles encontraram uma adversária à sua altura na Rainha dos Espelhos (Monica Bellucci), que não hesita diante de nada para alcançar a beleza eterna.

Heath Ledger faz Jacob Grimm, cujo irmão Will é representado por Matt Damon. É o terceiro filme do ator australiano exibido em Veneza este ano - os outros dois são Brokeback Mountain e Casanova, este último fora da competição principal.

Brothers Grimm é o primeiro filme de Gilliam em sete anos, mas o diretor, que ganhou status de cult depois de criar trabalhos como Brazil, o Filme e Medo e Delírio, vem tendo uma volta difícil. Os críticos norte-americanos não gostaram de seu novo trabalho.

Mas o cineasta disse que isso não o abateu. "Todos meus filmes têm críticas ótimas e outras horríveis. Sempre foi assim. Gosto disso", disse ele em entrevista à Reuters.

"Não curto o tipo de resenha morna, que diz apenas 'é ok'. Muitos críticos por aí têm opiniões muito chochas."

Críticas surpreendem Matt Damon
Matt Damon disse à Reuters que se surpreendeu com a reação americana a Grimm, mas falou que, quando o filme for revisto dentro de dez ou 20 anos, vai resistir à prova do tempo.

Brothers Grimm se destaca em Veneza este ano por ser uma grande produção, num momento em que a maioria dos filmes americanos exibidos é independente, feita com orçamento pequeno e trata de temas polêmicos.

Good Night. And, Good Luck, de George Clooney, foi bem recebido pela crítica e já está sendo visto como um dos principais candidatos ao prêmio principal.

Brokeback Mountain, de Ang Lee, sobre dois caubóis gays que vivem nos EUA na década de 1960, também teve boa recepção no festival.

Os moradores de Veneza gostaram de ver sua própria cidade na telona, em Casanova, de Lasse Hallstrom, uma versão em ritmo acelerado da história do mulherengo contumaz do século 18.

Mas a lauta festa organizada pela produção do filme na noite no sábado, com performances de artistas de circo e um homem flutuante preso a um balão, foi por água abaixo quando os astros e estrelas foram saudados por chuva forte, raios e trovões.

Este ano os organizadores do festival estão dando destaque ao cinema asiático. Três filmes do continente integram a competição, entre eles Sympathy for Lady Vengeance, de Park Chan-Wook, que foi sucesso estrondoso nas bilheterias do país do diretor, a Coréia do Sul.

Entre os filmes da mostra competitiva, Persona Non Grata, do cineasta polonês Krzysztof Zanussi, fez sua estréia no domingo.

O filme conta a história de Victor, o embaixador polonês no Uruguai, que se vê mergulhado numa teia de intrigas quando seu país compete com a Rússia por um lucrativo contrato de venda de armas.

Reuters
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