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Polônia rejeita extradição de Roman Polanski para os EUA

O cineasta Roman Polanski é acusado de abuso sexual de uma menor cometido em 1978 nos Estados Unidos

30 out 2015 - 11h18
(atualizado em 31/10/2015 às 15h36)
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O cineasta franco-polonês Roman Polanski durante uma conferência de imprensa em 30 de outubro, 2015, na Polônia.
O cineasta franco-polonês Roman Polanski durante uma conferência de imprensa em 30 de outubro, 2015, na Polônia.
Foto: Adam Nurkiewicz / Stringer / Getty Images

A Justiça da Polônia rejeitou nessa sexta-feira extraditar o cineasta Roman Polanski para os Estados Unidos, onde é acusado de abuso sexual de uma menor cometido em 1978.

A decisão do tribunal de Cracóvia (sul da Polônia), competente neste processo de extradição, pode ser apelada a instâncias superiores no prazo máximo de sete dias.

As autoridades americanas requisitaram a extradição de Polanski em janeiro deste ano, após saber que o cineasta tinha deixado sua residência em Paris e estava temporariamente na Cracóvia, sua cidade natal, para preparar a rodagem de um filme sobre o caso Dreyfus.

O tribunal declarou hoje que, segundo a legislação polonesa, a extradição do diretor de cinema não é procedente.

Polanski, de 83 anos, não compareceu à audiência, apesar de estar em Cracóvia, confirmou seu advogado na Polônia, Jan Olszewski, que explicou que o diretor preferiu não estar no tribunal "por razões emocionais".

Na defesa de seu cliente, o advogado argumentou que a solicitação dos EUA apresenta problemas legais e lembrou que o cineasta cumpriu uma pena de 42 dias de prisão em virtude de um acordo com um juiz em Los Angeles, depois de ter se declarado culpado por ter mantido relações sexuais com a menor de 13 anos Samantha Geimer.

A primeira audiência do processo na Polônia ocorreu em fevereiro. Uma segunda sessão foi realizada em setembro, na qual ficou decidido adiar o processo para que o tribunal requisitasse mais informações à Justiça americana.

Polanski esteve presente na primeira audiência do processo de extradição. Após quase nove horas de sessão a portas fechadas, o diretor disse na saída que confiava no sistema judiciário polonês.

Durante a recente campanha eleitoral no país, Jaroslaw Kaczynski, líder do partido vencedor do pleito, Lei e Justiça, afirmou que aceitaria extraditar Polanski caso a decisão dependesse dela.

"Não podemos dar tratamento diferente a alguém pelo fato de ser um diretor de cinema famoso. A justiça tem que ser igual para todos", disse Kaczynski.

Com o governo sob controle do Lei e Justiça, a extradição pode ser facilitada. Caso os americanos recorram da sentença de hoje, e o tribunal volte atrás, a decisão final é de responsabilidade do Ministério da Justiça.

EFE   
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