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Morreu o ator Christopher Lee, o lendário Drácula do cinema

11 jun 2015 - 11h12
(atualizado às 11h16)
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O ator britânico Christopher Lee, o lendário intérprete do conde Drácula e atualmente mais conhecido como o vilão Saruman da saga "O Senhor dos Anéis", morreu no domingo, aos 93 anos, para tristeza de várias gerações de filmes de terror.

"Posso confirmar que em 8 de junho expedimos um certidão de óbito de Christopher Lee, morto em 7 de junho", afirmou uma fonte do cartório do bairro londrino de Kensington e Chelsea, sem revelar detalhes sobre os motivos e o local da morte.

O agente do ator afirmou à AFP que a família não deseja fazer nenhum comentário.

Filho de um militar e uma condessa, nascido em Londres em 27 de maio de 1922, Lee se tornou famoso em todo o mundo por sua interpretação do lendário vampiro em 11 filmes, o primeiro deles em 1958.

A morte provocou reações de pêsames, começando pelo prefeito de Londres, Boris Johnson, que saudou "um dos maiores atores britânicos e mestre do terror".

Lee se casou com a ex-modelo dinamarquesa Gitte Kroencke em 1961 e tinha uma filha, Christina.

Apoiado em sua imponente presença e voz profunda, se especializou em personagens malvadas, de Scaramanga no filme da saga James Bond, "007 contra o homem da pistola de ouro" a Saruman, em "O Senhor dos Anéis", passando pelo conde Dookan em dois episódios de "Star Wars".

Tudo começou depois da Segunda Guerra Mundial, quando o ator começou a aparecer em uma série de pequenos papéis em filmes, no teatro e na rádio. Mas Lee, de 1,95 metro de altura, disse que sa carreira foi prejudicada por ser "muito alto e ter um aspecto muito estrangeiro".

Sua grande oportunidade veio quando assinou contrato com o estúdio de cinema britânico Hammer, especializado em produções de terror, para rodar "A maldição de Frankenstein" em 1957.

Lee e o ator Peter Cushing entraram para a história do cinema com uma variedade de contos de terror, como "O Vampiro da Noite" (1958), "A Múmia" (1959) e "O Cão dos Baskerville" (1959).

No início dos anos 1970, Lee iniciou a saída do estúdio Hammer - retornaria em 2010 para o thriller "A Inquilina" (2010) -, mas prosseguiu nos filmes de terror, com a série protagonizada pelo vilão oriental Fu Manchu e sobretudo com "O Homem de Palha" (1973), que descreveu como o melhor filme que havia feito.

"É um dos grandes filmes cult de todos os tempos", disse Lee em uma entrevista de 2005.

"Esta, na verdade, é a história da minha carreira, os filmes cult".

O ator recebeu em 2009 o título de Sir em reconhecimento por sua longa carreira de várias décadas, em que apareceu em mais de 250 filmes e produções de TV.

"Toda uma nova carreira se iniciou quando entrei para 'O Senhor dos Anéis' e 'Star Wars'", declarou Lee, explicando como estes filmes serviram para acabar com o vínculo de sua imagem a Drácula.

"O que é realmente importante para mim, como pessoa mais velha, é que sou conhecido por minha geração e a geração seguinte, que também me conhece", acrescentou.

Apesar de tudo, ele reconheceu que desfrutou os papéis de vilão.

"São mais interessantes, porque existe uma variedade maior de nuances: você pode ser muito cruel ou encantador, divertido e perigoso", disse Lee.

Mas o ator criticou a violência gratuita de muitos filmes modernos, ao destacar que a sugestão do terror era mais eficiente, algo em que ele foi o verdadeiro mestre, assustando milhões de pessoas nos cinemas de todo o mundo com seu olhar penetrante.

Lee era um herói para fãs do gênero de terror e, no fim da vida, virou ídolo dos amantes de heavy metal.

O ator lançou vários trabalhos do gênero, o último deles chamado "Metal Knight", em maio de 2014.

"Associo o heavy metal à fantasia pelo tremendo poder que transmite", afirmou Lee, cuja voz grave é inconfundível.

Em dezembro de 2013, o ator se transformou no intérprete mais idoso, com a canção "Jingle Hell", a atingir o 'hit parade' dos Estados Unidos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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