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Clooney vai a coletiva em Berlim e só fala de refugiados

"Quero conversar amanhã com a chanceler Merkel sobre esse tema", disse ele, na entrevista coletiva para apresentação de "Ave, Cesar!"

11 fev 2016 - 17h30
(atualizado às 18h06)
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Enquanto todos aguardavam George Clooney falar sobre seu novo filme na 66ª edição do Festival de Berlim, o ator americano surpreendeu e se mostrou mais disposto a tratar da crise de refugiados.

George Clooney no Festival de Cinema de Berlim
George Clooney no Festival de Cinema de Berlim
Foto: EFE/Jens Kalaene

"Quero conversar amanhã com a chanceler Merkel sobre esse tema. Quero ver que podemos fazer", disse ele, na abarrotada entrevista coletiva para a apresentação de "Ave, César!" (previsto para estrear no Brasil em abril), o filme dos irmãos Joel e Ethan Coen que abriu o festival, embora esteja fora da competição.

O galã falou sobre seu compromisso com as vítimas de Darfur, uma das causas humanitárias que mais mobilizaram o ator, e disse estar interessado em levar o conflito sudanês ao cinema, o que ainda não conseguiu.

"Não é fazer qualquer coisa sobre o tema, mas, sim, fazer um bom filme", disse, ao explicar as dificuldades de levar este tipo de projeto à telona.

Ao ser perguntado por que não fazia uma segunda parte de "Syriana" (2005), agora focada na questão dos refugiados, Clooney se esquivou e disse que o cinema sempre vai "atrás dos eventos".

"Quero discutir estas questões amanhã com Merkel", repetiu ele, sobre a reunião, que não fazparte da agenda oficial da líder alemã e que a Chancelaria não confirmou.

George Clooney
George Clooney
Foto: EFE/Jens Kalaene

A insistência dos jornalistas gerou impaciência e até irritação, quando ele se achou pressionado sobre um compromisso sincero com essa crise.

"E você? O que faz pelos refugiados?", respondeu rispidamente a uma jornalista, que em tom tranquilo lhe deu uma longa explicação sobre seu trabalho como voluntária com refugiados.

A migração, e suas múltiplas variantes e perspectivas, é o eixo temático da 66ª edição da Festival de Berlim, por decisão do diretor do festival, Dieter Kosslick, e coincidindo com as tensões geradas na Alemanha com a chegada de 1,1 milhão de refugiados no ano passado.

Clooney está na capital alemã acompanhado de sua esposa Amal, advogada e ativista dos direitos humanos, o que torna a temática ainda mais presente em seus comparecimentos perante a imprensa.

Esta e outras questões latentes estiveram presentes também na entrevista coletiva da atriz americana Meryl Streep, presidente do júri.

"Todos somos africanos, na realidade", disse ela com ironia, ao ser questionada sobre o fato de o júri ser 100% branco.

Atualmente, a bancada é formada pelo ator britânico Clive Owen, o intérprete alemão Lars Eidinger, o crítico britânico Nick James, a fotógrafa francesa Brigitte Lacombe, a atriz italiana Alba Rohrwacher e a diretora polonesa Malgorzata Szumowska.

A atriz, que estreia no Festival de Berlim como presidente de um júri, afirmou seu claro compromisso com "inclusão", acima das diferenças de sexo, raça ou religião, e destacou que, no que se refere à igualdade de gênero, em seu júri há um claro domínio feminino.

EFE   
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