"Não Pare na Pista..." retrata Paulo Coelho antes do sucesso
, o filme dificulta a conexão emocional do espectador com seu protagonista.
A viagem a Santiago de Compostela, especialmente, parece sobrar na história e ser mantida para justificar a parceria da Espanha na coprodução do filme – que tem no seu elenco a atriz Paz Vega ("Lúcia e o Sexo"), que sintetiza em sua personagem várias mulheres que passaram na vida do escritor.
Até por Ravel e Júlio de Andrade serem dois intérpretes generosos, de muitos recursos, assim como Enrique Diaz, não é menos verdade que o roteiro nem sempre os serve a contento.
Duas boas cenas saltam à vista – aquela em que o pai ouve pelo rádio uma música a ele dedicada pelo filho; e uma outra em que Paulo vira o jogo contra um torturador, numa prisão durante a ditadura, passando-se por mais louco do que realmente é.
A literatura de Paulo Coelho, afinal, não é objeto de “Não Pare na Pista...”, que é uma espécie de “prequel” do próprio personagem midiático. O que talvez não seja satisfatório do ponto de vista de seus milhões de fãs, compradores de seus livros. Como retrato de época, também fica devendo muito.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)
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