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No francês "Um Belo Domingo", personagens precisam lidar com transformações

20 ago 2014 - 16h23
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"Um Belo Domingo” é um drama francês sobre as possibilidades do acaso como catalisador de mudanças na vida das personagens. Dirigido por Nicole Garcia ("O Adversário"), o filme traz como protagonista Baptiste (Pierre Rochefort), um professor substituto de escola primária que não gosta de se fixar num lugar por muito tempo – tanto que recusa aceitar uma vaga como efetivo quando lhe é oferecida.

A narrativa começa quando ele aceita cuidar de um de seus alunos, o pequeno Mathias (Mathias Brezot), por um fim de semana, uma vez que os pais divorciados do menino não poderão ficar com ele. Para distrair o garoto, ele o leva à praia. O menino insiste em seguir pelo caminho que a contorna, sem revelar que é para poder se encontrar com a mãe, que trabalha num restaurante à beira-mar.

Ela é Sandra (Louise Bourgoin), e como Baptiste, é uma pessoa sem rumos definidos na vida. Agora, trabalha como garçonete para pagar uma dívida que contraiu para um negócio que acabou não dando certo. Quando é pressionada por seus credores, a moça encontra no professor de seu filho uma ajuda inesperada.

Com ela e o garoto, Baptiste viaja para a casa onde cresceu, surpreendendo sua família que está reunida para um almoço de domingo. Como muito filme francês, é nessa casa de campo que a trama ganha força, com conflitos familiares e revelações que envolvem culpas do passado.

A matriarca da família da alta burguesia é interpretada pela grande Dominique Sanda (“O Conformista”), e se chama Liliane Cambière. Apesar de mãe amorosa que acolhe o filho pródigo, mais tarde revela-se um tanto fria e calculista.

Aos poucos, o filme resgata o passado de seu protagonista, as relações familiares tensas e o seu grande segredo. E, por fim, a presença de Sandra e a possibilidade de um romance com ela servem como um estímulo para o protagonista encarar seus fantasmas.

Nicole e seu corroteirista Jacques Fieschi fazem de Sandra uma personagem bastante interessante. A maior virtude da diretora aqui é o trato com os atores, que são capazes de injetar densidade e verdade em seus personagens – até naqueles com quem se tem pouco contato. Embora o filme perca um pouco de sua força na reta final, ainda tem muito o que dizer sobre as pessoas que o habitam.

(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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