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Cinema

 
 

Mais que festival, Cannes é vitrine para Hollywood

09 de maio de 2003 15h41 atualizado às 15h54

Ver e principalmente ser vistos é o que esperam grandes estúdios e independentes do cinema americano no Festival de Cannes, onde a atenção da mídia internacional é muito mais importante para Hollywood do que qualquer prêmio.

"Ter sucesso na competição em Cannes é uma parte importante da promoção geral de um filme, mas não é uma necessidade, enquanto que ter a imprensa mundial centralizada em seu filme é muito melhor", explicou Randy Greenberg, vice-presidente de distribuição internacional dos estúdios Universal.

Cannes representa uma vitrine tão excepcional que ninguém em Hollywood quer perder a oportunidade, mesmo que os governos da França e dos Estados Unidos insistam que arestas devem ser aparadas em relação à questão da guerra no Iraque.

"Muita gente em Hollywood é de esquerda e não apoiou a guerra, mas mesmo que houvesse feito isso, não importaria, porque as pessoas do ramo se envolvem tanto em seus negócios que querem ir a Cannes porque lá está a ação. Nem a guerra do Iraque nem o comportamento da França importam", avalia Elizabeth Guider, editora executiva da revista Variety.

Jornalistas de centenas de países se encontram por duas semanas em Cannes, permitindo aos grandes estúdios de Hollywood mostrar ao mundo suas superproduções.

"O motivo pelo qual vamos a Cannes é para mostrar os filmes, fazer entrevistas com os órgãos de comunicação de todo o mundo. É um lugar excepcional para um relacionamento com a imprensa internacional", explica Catherine Olim, encarregada de relações públicas da indústria do cinema.

Assim, este ano a Warner Brothers terá uma enorme presença com a apresentação de sua nova superprodução, The Matrix: Reloaded, a segunda parte da trilogia Matrix.

"Não está em competição, mas isto não lhes importa, filmes como este não ganham prêmios em Cannes. Portanto, não sentem por não estar na seleção oficial, só pensam que vão utilizar Cannes como plataforma de lançamento do filme na Europa", diz Guider.

Além de buscar promoção, muitos executivos americanos vão ao festival como a um mercado, para comprar e vender filmes. Principalmente os independentes, ávidos de cinema de arte e ensaio.

"Procuramos filmes de todo o mundo, que podem vir em qualquer idioma, qualquer forma e qualquer cor", afirma Bingham Ray, presidente da United Artists.

A importância de Cannes é tão grande que Ray está disposto a enviar metade de sua equipe, seis das 12 pessoas que trabalham na UA. Outro dos grandes independentes, Miramax, mobilizará cerca de 40 pessoas.

Entretanto, para o grande público, a representação mais visível de Hollywood em Cannes não são os executivos e sim as estrelas, algumas das quais viram suas carreiras consideravelmente impulsionadas pelo festival francês ao longo dos anos.

AFP
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