Payami já é bem conhecido em Veneza, onde há dois anos recebeu o Grande Prêmio do Júri por "Raie makhfi", um retrato irônico e ácido da democracia no Irã e do papel da mulher.
O cineasta não é especialmente admirado pelas autoridades iranianas, que há alguns meses o detiveram durante as manifestações estudantis a favor da abertura política e há algumas semanas apreenderam a cópia original de seu filme mais recente e, por isso, teve de levar ao Festival de Veneza uma cópia em DVD.
O longa-metragem está concorrendo na seção paralela e inovadora Contra-corrente e relata a dramática história de uma mulher solteira e virgem que será justiçada devido a um delito que cometeu.
Para que a pena seja cumprida, deve se casar, porque, segundo a religião, os criminosos vão para o inferno, enquanto as virgens vão ao paraíso. Por isso, é obrigada a se casar com seu futuro carrasco.
Payami explicou em Veneza que a fita trata das pessoas "que se deixam dominar pelos preceitos religiosos". "A religião costuma ser mal interpretada. Já ocorreu na Idade Média, ocorreu com os talibãs e com os seguidores da seita de Waco, no Texas".
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