inclusão de arquivo javascript

Cinema

 
 

Iraniano exibe filme contra ortodoxia religiosa

01 de setembro de 2003 15h18 atualizado às 15h40

O cineasta iraniano Babak Payami apresentou nesta segunda-feira, no Festival de Veneza, Sokoote beine do fekr (que pode ser traduzido como Silêncio entre dois pensamentos), uma crítica ao fundamentalismo religioso, onde quer que seja praticado.

Payami já é bem conhecido em Veneza, onde há dois anos recebeu o Grande Prêmio do Júri por "Raie makhfi", um retrato irônico e ácido da democracia no Irã e do papel da mulher.

O cineasta não é especialmente admirado pelas autoridades iranianas, que há alguns meses o detiveram durante as manifestações estudantis a favor da abertura política e há algumas semanas apreenderam a cópia original de seu filme mais recente e, por isso, teve de levar ao Festival de Veneza uma cópia em DVD.

O longa-metragem está concorrendo na seção paralela e inovadora Contra-corrente e relata a dramática história de uma mulher solteira e virgem que será justiçada devido a um delito que cometeu.

Para que a pena seja cumprida, deve se casar, porque, segundo a religião, os criminosos vão para o inferno, enquanto as virgens vão ao paraíso. Por isso, é obrigada a se casar com seu futuro carrasco.

Payami explicou em Veneza que a fita trata das pessoas "que se deixam dominar pelos preceitos religiosos". "A religião costuma ser mal interpretada. Já ocorreu na Idade Média, ocorreu com os talibãs e com os seguidores da seita de Waco, no Texas".

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.