inclusão de arquivo javascript

Cinema

 
 

Dom inaugura o drama no cinema nacional

10 de setembro de 2003 03h57 atualizado às 10h22

Maria Fernanda que vive Ana: olhos de ressaca como os de Capitu. Foto: Edison Vara / Pressphoto/Divulgação

Maria Fernanda que vive Ana: olhos de ressaca como os de Capitu
Foto: Edison Vara / Pressphoto/Divulgação

Prestes a comemorar os dez de anos do renascimento do cinema nacional - quando Carlota Joaquina de Carla Camurati mostrou que o País superara a fase das chanchadas - a sétima arte no Brasil inaugura uma modalidade: o drama.

Veja fotos do lançamento do filme!

Não que outros diretores ou roteiristas jamais tenham abordado o tema, mas em Dom, que estréia no dia 19 de setembro, o diretor Moacyr Góes conseguiu trazer, de sua experiência no teatro, elementos que fazem da trama algo realmente sentimental e envolvente e triste.

O filme é estrelado por Marcos Palmeira, Maria Fernanda Cândido e Bruno Garcia e conta a história do amor entre Bento e Ana. Até aí nada de novo. A forte referência à obra Dom Casmurro de Machado de Assis dá ao filme de Góes um ar de adaptação que tinha tudo para fracassar num oceano de pieguice e lugar comum. Passou longe, por mais que o filme trate da suspeita de traição dentro de um romance que começa desenfreado.

Moacyr Góes conseguiu superar a tentação de deixar Machado de Assis no cargo de roteirista e deu, tanto a Bento (Palmeira) quanto a Ana (Maria Fernanda), características legítimas de personagens que vivem na atualidade.

O filme não é uma adaptação do livro. Simplesmente Góes se baseou no dramático triângulo formado por Bentinho, Capitu e Escobar para tratar a história de Bento, Ana e Miguel (Bruno Garcia).

Durante os cerca de 100 minutos que tem a fita de Góes, Maria Fernanda Cândido mostra por que ganhou um Kikito por sua atuação em Dom. A musa global conseguiu passar exatamente o que a Capitu da obra de Assis sempre foi: incógnita. Tal qual a moça dos olhos de ressaca, Ana causa deslumbramento e receio, e mistura momentos de uma exacerbada auto suficiência com instantes de uma carência quase pueril.

Por outro lado, a excelente participação de Maria Fernanda acaba por apagar a atuação de Palmeira. O ator da Globo não foi páreo para a Capitu do ano 2000. Típico caso dos filmes onde o vilão rouba a cena? Machado de Assis não soube definir se Capitu era vilã ou vítima. Cabe ao público descobrir se Góes colocou um ponto final nas dúvidas de Bento.

Redação Terra
  1. Maria Fernanda Cândido estava esfuziante ao comentar a sua estréia no cinema, no filme Dom. <a href=http://exclusivo.terra.com.br/interna/0,,OI141015-EI1118,00.html class=textolinkbold target=_blank>Leia mais</a>  Foto: Rogério Lorenzoni/Terra

    Maria Fernanda Cândido estava esfuziante ao comentar a sua estréia no cinema, no filme Dom. Leia mais

    Foto: Rogério Lorenzoni/Terra

  2. O Capital Inicial faz parte da trilha sonora de Dom, com a música Olhos Vermelhos  Foto: Rogério Lorenzoni/Terra

    O Capital Inicial faz parte da trilha sonora de Dom, com a música Olhos Vermelhos

    Foto: Rogério Lorenzoni/Terra

  3. Maria Fernanda Cândido e Marcos Palmeira posaram com o Capital Inicial  Foto: Rogério Lorenzoni/Terra

    Maria Fernanda Cândido e Marcos Palmeira posaram com o Capital Inicial

    Foto: Rogério Lorenzoni/Terra

  4. Dom estréia no próximo dia 19  Foto: Rogério Lorenzoni/Terra

    Dom estréia no próximo dia 19

    Foto: Rogério Lorenzoni/Terra

  5. O filme de Moacyr Góes é baseado em Dom Casmurro, de Machado de Assis  Foto: Rogério Lorenzoni/Terra

    O filme de Moacyr Góes é baseado em Dom Casmurro, de Machado de Assis

    Foto: Rogério Lorenzoni/Terra

/foto/0,,00.html