Ator quebrou pé e braço de colega em filmagem de 'Tropa de Elite'

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"Tivemos duas cenas de embate. Durante o processo de ensaios, tínhamos que provocar um ao outro para vivenciar os personagens. Sou amigo do André, mas fiquei provocando durante uma semana. Não tive pudor de chamá-lo de negro de forma ofensiva", recorda Paulo.

Ramiro, que também quebrou o braço do ator durante a filmagem da cena de briga, completa: "Ele não teve medo de falar o que era para falar e eu não tive medo de sentir o que era para sentir".

Ex-Bope, Paulo Storani montou treinamento para os atores vivenciarem situações passadas por policiais. Ele contou que conversou com a preparadora de elenco, Fátima Toledo (responsável pelos atores de filmes como Cidade de Deus), antes de definir seus métodos.

"Os atores viveram uma pequena amostra do que acontece no curso do Bope e as pessoas se surpreenderam. Houve tratamento formal entre instrutores e alunos, orientação com gritos, hipervalorizamos os erros e sancionamos fisicamente as faltas cometidas com flexões. Eles chegaram como esponjas, prontos para absorver tudo, e me convenceram", disse.

O presidente da Associação de Moradores do Morro da Babilônia, Isaías Ferreira, criticou o período de filmagens de Tropa de Elite no local. "Foi um inferno na comunidade. Quase ninguém dormiu com os barulhos de tiros. A gente não tem aquele baile funk e aquele armamento todo. O filme jogou o nome do Babilônia numa coisa que não acontece lá. Também teve o roubo das armas fictícias (durante as filmagens na comunidade), o que foi outra confusão", destacou Isaías.

Ele contou que, se pudesse, teria impedido as filmagens de Tropa de Elite por lá. "Hoje, vejo que as crianças se reúnem na quadra e põem o filme na TV para assistir. Com pedaços de pau nas mãos, um é Bope e outro é traficante", relatou.