Wagner Moura é o protagonista e narrador de Tropa de Elite
Foto: Rogério Resende/Divulgação
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"Não vejo o Capitão Nascimento como um herói. E com certeza nenhuma das pessoas envolvidas no filme o vê como herói ou salvador", disse ele, em entrevista realizada nesta terça-feira no Rio de Janeiro.
De acordo com Wagner, isso está gerando certa confusão. "O modo com que as pessoas recebem o filme não me incomoda. O que me incomoda é as pessoas acharem que essa leitura é nossa", afirmou.
"Se as pessoas estão fazendo essa leitura é um reflexo de alguma forma do pensamento político dessas pessoas ou de um caos generalizado que tenha levado às pessoas a acreditarem nisso", completou.
Para o ator, o olhar dos personagens não deve ser confundindo com o olhar dos realizadores da produção. "O Capitão Nascimento não questiona se ele tem que matar ou não. Matar o vagabundo com a arma é o trabalho deles. Não tem titubeação do tipo 'ah, será? Será que o bandido é um pai de família? '", disse. "Eu assisto ao filme e digo: 'pô, que tragédia, que pena'".
O diretor de Tropa de Elite, José Padilha, concorda com Wagner. "O Capitão Nascimento dedicou sua vida à Tropa de Elite. Agora ele está vendo que essa dedicação foi equivocada. Ele está com síndrome do pânico, é angustiado e não consegue conciliar a profissão com a vida familiar. O cara está suando, está tremendo e quer sair do Bope o tempo inteiro", afirmou Padilha.
Wagner Moura disse que, antes de mais nada, fez um filme que mostra a violência pelo olhar de um policial. "Agora, se uma parcela das pessoas que estão assistindo ao filme está querendo o Bope como solução é um posicionamento político por um lado e uma carência absoluta de qualquer política de segurança pública. É nos momentos de caos que os regimes totalitários tomam força", afirmou.
- Redação Terra