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Cinema

 
 

Carandiru e Suíte Havana vencem Festival de Havana

11 de dezembro de 2003 21h24 atualizado às 21h47

Rodrigo Santoro em cena de  Carandiru. Foto: Divulgação

Rodrigo Santoro em cena de Carandiru
Foto: Divulgação

O documentário cubano Suíte Havana e o filme Carandiru se tornaram nesta quinta, 11, os maiores vencedores do XXV Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano de Havana.

Suíte Havana, de Fernando Pérez, considerado o filme mais significativo feito na ilha nos últimos anos, conquistou os prêmios da União de Escritores e Artistas de Cuba (Uneac), do Centro Memorial Martin Luther King, da Federação Nacional de Cineclubes, da imprensa cultural da União de Jornalistas de Cuba e da Associação Cubana de Imprensa Cinematográfica.

O filme também recebeu um reconhecimento especial do Centro "Pablo de la Torriente Brau" e da imprensa estrangeira credenciada no festival que, embora o gênero documentário não conste nos estatutos do prêmio Glauber Rocha, decidiu conceder à produção cubana uma menção, por considerá-la um marco na cinematografia do país.

Os prêmios Coral do festival selecionados entre mais de cem filmes inscritos nas categorias de ficção, documentário, animação e obras-primas, serão divulgados hoje e entregues na cerimônia de encerramento do festival.

Suíte Havana é um documentário de 80 minutos feito em co-produção com a Espanha e que estreou na capital cubana em 23 de junho deste ano. Desde então, suas exibições dentro e fora da ilha provocaram um grande impacto.

O filme narra uma dia na vida de Havana, contada por um grupo de pessoas humildes, e prescinde absolutamente de diálogos, e se apoiando na força das simples histórias de seus protagonistas com seus sonhos e frustrações.

Entre eles, está um médico que sonha em ser palhaço, um funcionário de hospital que pretende se tornar um grande artista travesti, os familiares de um menino com síndrome de Down, um homem que sonha em emigrar para os EUA e um operário de ferrovia que é saxofonista nas horas livres.

O roteiro foi escrito por Pérez, enquanto a música e a fotografia, protagonistas indiscutíveis do documentário, são obra de Edesio Alejandro e Raúl Pérez Uretra.

O júri que entregou o Prêmio Câmara de Prata Caracol da Asociação de Cinema, Rádio e Televisão da Uneac assinalou que o filme oferece um "olhar humano e honesto da realidade cubana destes tempos".

Carandiru conquistou o "Glauber Rocha" da imprensa estrangeira, o prêmio da instituição cultural Casa das Américas e o da emissora Rádio Havana Cuba.

O prêmio "Glauber Rocha" foi criado em 1985, em homenagem ao cineasta brasileiro, um dos pioneiros do "cinema novo" na América Latina.

Os prêmios, peças de cerâmica, talhadas em madeira e pintadas, entre outras obras de artistas plásticos cubanos, também foram concedidos aos filmes cubanos Carvalho de Cheiro, de Rigoberto López; Havana Aberta, de Jorge Perugorría e Arturo Soto, e Assim Como Sou, de Carlos Eduardo León.

A Universidade de Havana premiou O Jogo de Arcibel, do argentino Alberto Lecchi, e o projeto cultural Paloma premiou Alfredo Guevara, presidente do Festival e um dos fundadores do Instituto Cubano de Cinema.

Outros prêmios foram concedidos aos documentários argentinos Trelew, de Mariana Arruti; Eu Não Sei Que Me Fizeram Teus Olhos, de Segio Wolf e Lorena Muñoz; Raymundo, de Ernesto Ardito e Virna Molina, e ao brasileiro Ônibus 174, de José Padilha.

EFE
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