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"Filme em 3D só se for pornográfico", afirma diretor

3 set 2012 - 15h32
(atualizado às 17h24)
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Janaina Pereira
Direto de Veneza

A 69ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza recebeu nesta segunda-feira (3) os renomados cineastas Takeshi Kitano e Oliver Assayas para o lançamento dos seus filmes Outrage Beyond e Apres Mai, respectivamente. Polêmico, o diretor Takeshi Kitano mostrou não ser a favor de novas tecnologias no cinema. Questionado sobre o uso do 3D, ele foi categórico. "Se é 3D só pode ser filme pornográfico, porque o 3D só serve para isso", comentou.

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Elenco do filme 'Apres Mai' participa de coletiva de imprensa
Elenco do filme 'Apres Mai' participa de coletiva de imprensa
Foto: Janaina Pereira / Terra

Dirigido por Kitano, o filme Outrage Beyond é uma sequência de Outrage (2010) e conta a história de um gângster da yakuza (a máfia japonesa) usando uma linguagem pop que agradou os jornalistas - e deve conquistar o público. "Gosto do estilo do Kitano. É diferente do que costumamos ver no cinema japonês e estou curiosa para ver o novo filme dele", disse Julia Mortín, espanhola de férias na Itália que veio a Veneza especialmente para acompanhar o festival.

O longa é o oitavo filme do diretor japonês a ser exibido em Veneza. Em entrevista coletiva, ele disse que não pretendia fazer cenas engraçadas no longa, que é repleto de mortes surreais e muito sangue, mas com um toque de humor. "Quando criei estas cenas, não pensei especificamente em produzir risos. Eu sei que gosto do excesso, mas essa não era a intenção. Mas se o público está gostando, se ele se diverte, então tudo bem", disse Kitano.

Takeshi Kitano e Veneza tem uma relação antiga. Em 1997, ele ganhou o Leão de Ouro de melhor filme pelo aclamado Hanabi, e em 2003 levou o Leão de Prata de melhor direção por Zatoichi.

Um pouco depois da passagem de Kitano pela coletiva de imprensa, foi a vez do diretor francês Oliver Assayas e o elenco do filme Apres Mai conversarem com os jornalistas. Dessa vez, Assayas buscou em sua própria vida a base para o filme. A trama conta a história de um jovem que sai do ensino médio em plena revolução cultural e social na Paris de 1971. "É sim um reflexo da minha própria adolescência", revelou o cineasta na coletiva. Por isso, segundo ele, o filme apresenta um tom intimista e melancólico."Existe um costume de relatar a adolescência como um período alegre, mas eu não lembro disso. A minha adolescência foi uma época triste. Eu tinha obsessão pela política", afirmou o diretor, que conquistou a imprensa local ao responder as perguntas em italiano.

O longa Apres Mai já está sendo apontado como um dos favoritos a receber algumas premiações em Veneza. "O elenco jovem tem chance de ganhar o prêmio Marcello Mastroiani de revelação e Assayas é um bom nome para ganhar o Leão de Prata de direção", comentou Andrew Smith, representante de uma distribuidora americana que acompanha o Festival de Veneza para compra de filmes para os Estados Unidos.

Concorrentes ao Leão de Ouro no Festival de Veneza, os filmes Outrage Beyond e Apres Mai ainda não têm distribuição confirmada no Brasil.

Fonte: Terra
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