Oscar 2009: uma noite para ser lembrada
A 81ª. cerimônia do Oscar no Kodak Theatre, em Los Angeles, domingo (22), foi com certeza a noite do superagraciado
Quem Quer Ser Um Milionário?, que abocanhou oito estatuetas (todas elas previsíveis) das nove que concorreu, entre elas a de Melhor Filme. Mas também foi a noite do ator Hugh Jackman, o apresentador da festa.
Confira a lista com todos os vencedores
Depois de 14 anos sem a graça (nem sempre divertida) de comediantes no comando da festa - o último anfitirão "sério" foi o apresentador David Letterman, em 1995 -, o ator australiano assumiu a festa com outro tipo de graça: a de um versátil cantor e belíssimo dançarino - Jackman foi eleito pela revista semanal People em novembro como o Homem mais Sexy do Mundo. Como um Fred Astaire contemporâneo (e mais robusto), Jackman esteve muito à vontade no papel de anfitrião musical. Cantou, dançou, brincou com os convidados, puxou Anne Hathaway - indicada à categoria de Melhor Atriz por
O Casamento de Rachel - para cantar com ele no palco (um momento previsto no script, mas nem por isso menos espontâneo ou talentoso) e até sentou no colo do ator Frank Langella - indicado a Melhor Ator por Frost Nixon.
Os colegas aprovaram suas performances, que incluiu um belo número musical ao lado de Beyoncé Knowles, Zac Efron, Vanessa Hudgens, Dominic Cooper e Amanda Seyfried, e aplaudiram. A cerimônia foi um espetáculo divertido e agradável e, apesar das mais de três horas de evento, não se arrastou como aconteceu em outros anos.
Emoção à flor da pele
Em vários momentos, a platéia de famosos entregou-se aos risos, lágrimas e aplausos acalorados. O primeiro grande momento da noite foi o reconhecimento póstumo - o primeiro na categoria de ator coadjuvante - do talento do australiano Heath Ledger, morto aos 28 anos em janeiro de 2008 por overdose acidental de remédios. Seus pais, Kim e Sally, e a irmã Kate levaram para casa o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, que ele ganhou por seu excepcional trabalho como Coringa no longa Batman - O Cavaleiro das Trevas. Os pais agradeceram a homenagem.
Outro momento que comoveu várias das mulheres da platéia foi quando as atrizes Sophia Loren, Shirley MacLaine, Halle Berry, Nicole Kidman e Marion Cotillard apareceram no palco para fazer a apresentação das candidatas a Melhor Atriz. Todos aplaudiram de pé. Anne Hathaway não conteve as lágrimas, quando Shirley elogiou sua performance como a drogada Kym em O Casamento de Rachel.
Os últimos momentos surpreendentes da cerimônia foram reservados para as entregas dos Oscars de Melhor Atriz e Ator. A vitória de Kate Winslet era até previsível, mas seu discurso de agradecimento teve momentos inusitados. Como quando pediu para seus pais assobiarem, para ela localizar o lugar onde estavam sentados (a atriz, como indicada de uma das categorias principais, estava sentada na primeira fila do teatro). Depois do assobio do pai, que estava bem distante dela, realmente, Kate berrou do palco: "Amo vocês!".
A atriz lembrou que quando garota chegou a ensaiar o momento com um vidro de xampu fazendo as vezes da estatueta dourada. Também agradeceu aos amigos, colaboradores, diretores, o marido, Sam Mendes, e falou dos filhos, Mia e Joe - no tapete vermelho, Kate disse que sua filha lhe pediu que, se ganhasse, teria um surto de felicidade no palco. Ao final, a inglesa disse, brincando: "Meryl (Streep), me desculpe, mas você terá que aceitar isso", sobre o fato de ela, Kate, ganhar.
Vitória surpreendente
A maior surpresa da noite foi o prêmio de Melhor Ator. Contra todas as previsões, que davam Mickey Rourke (O Lutador) como o vencedor da categoria, Sean Penn levou a estatueta por seu papel como o ativista homossexual Harvey Milk, no longa
Milk - A Voz da Igualdade, num ato de justiça da conservadora Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Ele ficou tão surpreso e emocionado com o resultado que, ao ler seu discurso escrito num pedacinho de papel, suas mãos não pararam de tremer. Enquanto ele agradecia, no palco, sua mulher, a atriz Robin Wright Penn - que chegou a entrar com o pedido de divórcio em dezembro de 2007 (eles se reconciliaram cerca de quatro meses depois) -, chorava muito na platéia.
