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Oscar: Anônimos pagam até US$ 20 mil para ficar perto de astros

6 mar 2010 - 10h07
(atualizado às 13h42)
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Na aguardada festa do Oscar, para o glamour entrar em ação, a dedicação tem que ser integral e muita gente precisa trabalhar nos seus bastidores, fazendo o trabalho de formiguinha para que a maior premiação do cinema mundial aconteça dentro das expectativas e seja vista pelo maior número de pessoas espalhadas pelo mundo - veja galeria de fotos dos preparativos.

Desde os cozinheiros encarregados pelo cardápio que degustarão os convidados da cerimônia, passando pelos hoteleiros que sobem as tarifas em mais de 50%, até aqueles que trabalham horas extras contra o tempo para preparar o Teatro Kodak. Cabeleireiros, choferes de limusines, alfaiates, desenhistas, floristas e outros comerciantes fazem plantão, especialmente nas 48 horas prévias à gala. "São dois dias frenéticos ", disse à Agência Efe o alfaiate Mike Topalian, que veste dezenas de convidados para a ocasião.

No domingo, dezenas de milhões de espectadores acompanharão pela televisão a 82ª edição do Oscar, um evento pelo qual alguns estão dispostos a pagar até US$ 20 mil para ver de perto.

Pelo tapete vermelho de Hollywood passarão inúmeras celebridades vestidas nos mais glamourosos trajes de gala, em um evento bastante tentador para aqueles que desejam ver de perto os ídolos. Mas o acesso à área estará interditado para pedestres.

US$ 20 mil só para ficar dos indicados
Por ter essa visibilidade, a festa acaba atraindo também muita gente disposta a pagar pequenas fortunas para ficar perto dos ídolos. Simri Soto, um jovem mexicano que trabalha como porteiro no edifício em frente ao Teatro Kodak, de onde há um bom acesso visual ao tapete vermelho, tem histórias para contar.

"As pessoas sempre oferecem dinheiro porque querem a melhor visão ou o lugar mais próximo para ver e filmar tudo. Mas não as aceitamos, por mais que nos implorem", disse Soto todo orgulhoso à Agência Efe. "Não deixamos passar nem policiais com rifles" acrescentou.

Soto explicou que seu chefe recebeu ofertas de até US$ 20 mil dólares para permitir a entrada ao terraço do edifício. "Meu chefe poderia ter aceitado, mas não o fez", declarou.

Entre os que comentam esses detalhes está o mexicano David Torres, que há 20 anos ajuda a montar o palco do teatro.

"Para mim é trabalho, não há nenhuma emoção. Quando tudo isso terminar, continuarei ajudando a organizar outras cerimônias", apontou.

Smokings alugados

Os prêmios Oscar, no entanto, atrairão a atenção de todo o mundo. Há mais de 250 veículos de imprensa credenciados para a cerimônia. A organização do evento distribuiu cerca de 2 mil credenciais para os jornalistas.

Todos eles, pelo menos os homens, terão algo em comum: o smoking, traje obrigatório para assistir à cerimônia. O que vai variar são os modelos e cores.

Os jornalistas mais sortudos, assim como os próprios atores e alguns apresentadores de televisão, vestirão trajes emprestados pelas grandes marcas. É o caso de Edgardo Gazcón, da emissora Telemundo, que usará um Valentino cujo preço no mercado é de aproximadamente US$ 4 mil. "Para compor o visual, vou comprar uma gravata borboleta de US$ 10", disse Gazcón à Efe.

Outros, no entanto, terão de se contentar em alugar um black-tie. O preço varia entre US$ 60 e US$ 75 por traje.

O armênio Topalian, de 67 anos, é gerente de uma loja para a compra e aluguel de smokings desde 1992, a poucos metros do teatro Kodak. Ele assegura que este é "o melhor momento do ano" para seu negócio. "A temporada de prêmios é muito boa para nós. E os prêmios Oscar aumentam a carga de trabalho. Mesmo assim, ainda se pode notar os efeitos da crise. Até as pessoas de Hollywood, que jamais se preocupavam com o orçamento, se certificam de que obtém os melhores preços possíveis", comentou Topalian, cuja receita de sua loja, que disponibiliza smokings das grifes Calvin Klein, Ralph Lauren e Chaps, aumenta até 50% por causa do Oscar.

Topalian, que veste anualmente celebridades da televisão americana, geralmente trabalha com baixos ou médios orçamentos e se surpreende quando alguém lhe pede coisas "caras". "Um cliente japonês me disse que tinha como limite US$ 1 mil para comprar um smoking. Mostrei a ele o melhor que tinha, que mesmo assim ficava abaixo desse valor. O curioso é que, mesmo podendo pagar mais, ele acabou me pedindo um desconto", disse, rindo.

Funcionário trabalha na fixação do famoso tapete vermelho do Oscar, em frente ao Kodak Theatre, o palco da festa, em Los Angeles
Funcionário trabalha na fixação do famoso tapete vermelho do Oscar, em frente ao Kodak Theatre, o palco da festa, em Los Angeles
Foto: Kevork Djansezian / Getty Images
EFE   
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