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Novas tecnologias de Fincher enfrentam classicismo de Hooper e irmãos Coen

24 fev 2011 - 15h37
(atualizado às 19h02)
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Com 12 indicações, O Discurso do Rei é o principal favorito em diversas categorias do Oscar em 2011. Mas quem está mais cotado para ficar com a estatueta de Melhor Direção é David Fincher, de A Rede Social.

O western dos irmãos Joel e Ethan Coen Bravura Indômita esteve escondido durante toda a temporada de prêmios para surgir no último momento com dez indicações ao Oscar, prêmio que os Coen já conseguiram por Onde os Fracos não Têm Vez, em 2008. Mas, para levarem a estatueta de Melhor Diretor, eles terão que encarar fortes oponentes, como Fincher, vencedor do Globo de Ouro por sua história do nascimento do Facebook, Darren Aronofsky e seu inclassificável Cisne Negro e David O. Russell com O Vencedor, uma história de superação no estilo que agrada à Academia.

Tom Hooper: O mais brilhante e puro acadêmico

O Discurso do Rei é o filme que mais indicações recebeu neste ano ao Oscar, prêmio ao qual chega com uma longa lista de triunfos em seu histórico - embora a maioria deles tenha sido para seu protagonista, Colin Firth, por sua fantástica interpretação do rei George VI. Seu diretor, Tom Hooper, teve que se relegar a um segundo plano e perdeu para Fincher e seu A Rede Social na entrega dos prêmios Bafta. Embora O Discurso do Rei tenha vencido em sete das 14 categorias às quais concorreu na premiação britânica, não conseguiu faturar a de Melhor Diretor.

Perfeccionista ao máximo com a recriação histórica, Hooper construiu uma lição do classicismo mais puro no cinema tanto pela história como pela narração, apoiada no magnífico trabalho de todos os atores. Porém, não parece que todo este brilho será suficiente para ganhar o Oscar.

Ethan e Joel Coen: Irmãos deixam sua marca até em um western

Joel e Ethan Coen se tornaram as grandes surpresas do Oscar após terem sido ignorados em todos os prêmios dados até o momento, apesar da qualidade de seu Bravura Indômita, um western que combina as normas mais clássicas do gênero com a modernidade que estes irmãos imprimem sempre em seus filmes. É a segunda vez que a dupla concorre à categoria de Melhor Diretor - em 2008, eles levaram a estatueta por Onde os Fracos Não Têm Vez - e a terceira vez de Joel, que concorreu em 1996 com Fargo.

Tão magnífica como a versão original, a adaptação dos irmãos Coen dá um toque de modernidade e ironia a uma história que parecia ja ter tudo - o resultado é um filme que parece totalmente novo. Contando com um excepcional elenco, liderado por Jeff Bridges e pela jovem Hailee Steinfeld, os irmãos Coen levam às telas um western que esbanja classicismo em sua ambientação, em sua história e em seus personagens.

David Fincher: O equilíbrio entre a história e o roteiro

Fincher, com sua vertiginosa recriação da origem da rede social mais popular do momento, o Facebook, conseguiu êxito em todos os prêmios distribuídos até aqui, incluindo o Globo de Ouro e o Bafta, e é apontado por especialistas como o principal favorito ao Oscar de Melhor Diretor.

Em sua segunda indicação - a outra foi por O Curioso Caso de Benjamin Button, em 2008, Fincher pode finalmente ficar com o prêmio que persegue há vários anos, mas que ainda não conseguiu faturar. Seven - Os Sete Crimes Capitais, de 1995, Clube da Luta, de 1999, e Zodíaco, de 2007, foram outros de seus filmes que tinham força suficiente para levar a estatueta, mas os membros da Academia de Hollywood sequer os credenciaram como finalistas.

Desta vez, com A Rede Social, Fincher acertou tanto na temática como na execução em cena - muito menos radical que em seus trabalhos anteriores - para conseguir o aplauso unânime de crítica e público. Se também levarmos em conta que o Facebook é um fenômeno mundial e que seu criador, Mark Zuckerberg, é um personagem tão odiado como carismático, Fincher é a aposta mais clara ao Oscar de Melhor Diretor.

Darren Aronofsky: Quando o diretor quer ser o protagonista

Indicado pela primeira vez ao Oscar de Melhor Diretor por seu Cisne Negro, Darren Aronofsky surge como um dos azarões na disputa cujo principal favorito é David Fincher, de A Rede Social.

Com uma filmografia interessante - que inclui títulos como Pi, de 1998, Réquiem Para um Sonho, de 2000, e O Lutador, de 2008 -, Aronofsky criou um estilo próprio, algo muito difícil de se conseguir no cinema.

Mas, o que deveria ser uma virtude, transforma-se em alguns momentos em um obstáculo. Sua tendência aos excessos e aos personagens no limite cai bem para certas histórias, mas não para todas. Isso faz, é claro, com que o esquema que se repete várias vezes nem sempre se ajuste à história contada.No caso de Cisne Negro, o caos narrado cria uma confusão que não ajuda no desenvolvimento da história. E é o excepcional trabalho da protagonista Natalie Portman que recupera o filme de Aronofsky de navegar à deriva.

David O. Russell: Uma história de superação perfeitamente narrada

David O. Russell chega ao Oscar pela primeira vez com O Vencedor, uma história de superação, de luta, de família e de amizade -todos os ingredientes necessários para conquistar um ou vários Oscars.

O filme tem a seu favor o fato de ser baseado em uma história real e de contar com interpretações brilhantes. E, contra si, a pouca originalidade. Apesar disso, o trabalho de Russell é brilhante e tem como resultado um filme sólido, bem construído e que cria um interesse que não cai ao longo de suas quase duas horas de duração. O Vencedor consegue um perfeito equilíbrio entre a parte mais intimista da história - os desejos mais pessoais de Micky Ward (Mark Wahlberg), aspirante à estrela do boxe - e o mundo estridente deste esporte. E sabe extrair o melhor de um estupendo elenco de coadjuvantes que arrasaram nas indicações ao Oscar, especialmente Christian Bale.

David Fincher é um dos mais cotados para levar o prêmio de Melhor Diretor
David Fincher é um dos mais cotados para levar o prêmio de Melhor Diretor
Foto: Divulgação
EFE   
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