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Iñárritu busca "bi" e 3º Oscar seguido de direção ao México

28 fev 2016 - 09h00
(atualizado às 20h23)
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Alfonso Cuarón fez história em 2014 com "Gravidade", Alejandro González Iñárritu repetiu o feito no ano seguinte com "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)" e terá a chance de consagrar o México mais uma vez, no próximo domingo, com o terceiro Oscar seguido para o país na categoria de melhor direção por "O Regresso".

Os especialistas preveem uma disputa acirrada entre Iñárritu, o grande favorito, e George Miller, de "Mad Max: Estrada da Fúria", a quem a Academia de Hollywood pode premiar por assinar, aos 70 anos, o filme de ação mais elogiado de 2015.

Os outros candidatos na categoria são Adam McKay, diretor de "A Grande Aposta"; Tom McCarthy, de "Spotlight: Segredos Revelados"; e Lenny Abrahamson, de "O Quarto de Jack".

ALEJANDRO GONZÁLEZ IÑÁRRITU - Prestes a fazer história

Se Cuarón fez história em 2014 ao se tornar o primeiro cineasta latino a ganhar o Oscar de melhor direção, Iñárritu está a caminho de virar uma lenda de Hollywood, já que John Ford e Joseph L. Mankiewicz são os únicos até hoje a levar a estatueta na categoria em anos consecutivos.

Ford foi premiado por "Vinhas da Ira" (1940) e "Como Era Verde o Meu Vale" (1941), já Mankiewicz levou as estatuetas por "Quem é o Infiel?" (1949) e "A Malvada" (1950).

Esta é a terceira indicação de Iñárritu na categoria após as obtidas por "Birdman" e "Babel" (2006). O diretor mexicano triunfou na edição do ano passado com os prêmios de melhor filme - por ser produtor de "Birdman" -, melhor direção e melhor roteiro, este último em parceria com Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris e Armando Bo.

Alejandro González Iñárritu
Alejandro González Iñárritu
Foto: Getty Images

GEORGE MILLER - O reinventor do ouro

O avassalador espetáculo visual de "Mad Max: Estrada da Fúria" se traduziu em mais de US$ 375 milhões em bilheteria, uma reinvenção do personagem de Max Rockatansky - agora com Tom Hardy substituindo o carisma de Mel Gibson - e uma protagonista feminina, Imperatriz Furiosa (Charlize Theron), que entrou pela porta da frente no templo das grandes heroínas do gênero.

Por incrível que pareça, essa é a primeira indicação de Miller a melhor diretor. Ele já teve "Babe - O Porquinho Atrapalhado" (1995) indicado a melhor filme e faturou o Oscar de melhor filme de animação com "Happy Feet: O Pingüim" (2006), além de ter recebido indicações pelos roteiros de "O Óleo de Lorenzo" (1992) e "Babe".

Os sete meses de gravação na Austrália e no deserto da Namíbia deram frutos. Após um intensa trabalho de edição, com 480 horas de material, e pós-produção, o resultado de "Mad Max" é um filme deslumbrante no caminho entre a modernidade de "Velozes e Furiosos" e um espetáculo do Cirque du Soleil.

George Miller
George Miller
Foto: Getty Images

ADAM MCKAY - Como extrair a comicidade da tragédia

Para McKay, um cineasta acostumado a fazer rir com comédias loucas como "O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy", "Ricky Bobby - A Toda Velocidade", "Quase Irmãos" e "Os Outros Caras", "A Grande Aposta" representa seu primeiro drama e sua primeira indicação como melhor direção, além de render a indicação de melhor roteiro adaptado.

Procedente do Saturday Night Live e com uma carreira até agora sempre associada à do comediante Will Ferrell, McKay conseguiu tirar o melhor de atores de primeira linha como Christian Bale, Ryan Gosling, Steve Carell e Brad Pitt.

As críticas do filme, que descreve os segredos da crise econômica de 2007, conseguiram que o longa fosse exibido recentemente no Congresso dos EUA, o que não impediu McKay de fazer seu discurso alarmante: "Os bancos estão muito maiores do que então. As agências de risco também. O problema continua daí em diante".

Adam McKay
Adam McKay
Foto: Getty Images

TOM MCCARTHY - Ator e roteirista convertido em diretor de prestígio

Tom McCarthy é um caso curioso em Hollywood. Após uma carreira de pequenos papéis em filmes como "Entrando Numa Fria", "Boa Noite e Boa Sorte", "Syriana - A Indústria do Petróleo", "A Grande Ilusão", "A Conquista da Honra", "2012" e "Um Olhar do Paraíso", o ator decidiu dirigir "O Agente da Estação" e investir na função ("O Visitante" e "Ganhar ou Ganhar - A Vida é um Jogo") até brilhar em "Spotlight: Segredos Revelados".

Esta é sua primeira indicação como melhor direção. McCarthy também está na disputa por melhor roteiro original, embora já tenha concorrido na categoria com "Up". Entre seus trabalhos como roteirista também figura "Arremesso de Ouro", filme protagonizado por Jon Hamm no qual um agente esportivo em crise viaja à Índia na busca de promessas do beisebol.

O trabalho de McCarthy por trás das câmeras em "Spotlight" também rendeu indicações ao Globo de Ouro, ao Bafta, ao sindicato de diretores dos EUA (DGA) e aos Spirit Awards.

Tom McCarthy
Tom McCarthy
Foto: Getty Images

LENNY ABRAHAMSON - O convidado surpresa

Ficaram fora da lista nomes como Steven Spielberg ("Ponte dos Espiões"), Ridley Scott ("Perdido em Marte") e Danny Boyle ("Steve Jobs"), o que torna uma surpresa a presença deste irlandês de 49 anos na lista de candidatos, apesar da sutileza para demonstrar a angústia e a emoção de "O Quarto de Jack".

Esta é a primeira indicação de Abrahamson, conhecido até agora por gravar filmes como "Adam & Paul", "Garage", "What Richard Did" e "Frank" em seu país natal. O bom trabalho convenceu a autora da livro no qual se baseia o filme, Emma Donoghue, de que ele seria a pessoa ideal para dirigir a adaptação para as telonas.

Abrahamson enviou uma carta a Donoghue em 2011 na qual dizia: "Amo este livro, sinto que entendo como ele funciona e acho que tenho as qualidades e a sensibilidade para fazer justiça no cinema". De acordo com as críticas, é possível dizer que o diretor cumpriu com a palavra.

Lenny Abrahamson
Lenny Abrahamson
Foto: Getty Images

Confira as manifestações do Oscar 2016 no Twitter

EFE   
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