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Oscar 2004
Terça, 27 de janeiro de 2004, 21h56 
Miramax batalhou indicação de "Cidade de Deus"
 
Ana Maria Bahiana
 
Divulgação
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As quatro indicações para Cidade de Deus, dois anos depois da estréia do filme no Brasil, foram sem dúvida uma enorme surpresa para quase todo mundo - menos para o distribuidor do filme nos Estados Unidos, a Miramax, que vem trabalhando arduamente para isso desde que o filme de Fernando Meirelles e Katia Lund ficou de fora das indicações na categoria "filme estrangeiro", no ano passado.

Como isso foi possível? Graças às próprias regras da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, complexas e às vezes irritantemente confusas, que a Miramax conhece como poucos e usa como ninguém.

O que público em geral desconhece é que, na fase das indicações, diferentes categorias tem diferentes regulamentos de seleção. Para começar, apenas a categoria "melhor filme" recebe indicações de todo o corpo votante da Academia.

Todas as demais são escolhidas por departamentos dentro da Academia - diretores, atores, roteiristas etc - ou por comissões especiais que vão de 60 a 6 integrantes, e cujas normas e rituais de escolha são tão diferenciados e, em alguns casos, bizarros, que tomariam muito mais tempo do que o internauta médio é capaz de devotar a uma única tela.

Na categoria "filme estrangeiro", ponto de entrada clássico para um filme como Cidade de Deus, cerca de 60 acadêmicos que, voluntariamente, fazem parte da comissão de língua estrangeira vêem - divididos em grupos, mais ou menos como nas chaves das Copas do Mundo - exclusivamente títulos submetidos por seus países de origem.

Cada país pode submeter somente um título, e os critérios e indivíduos envolvidos nessa seleção são de responsabilidade exclusiva de cada nação. O fato dos filmes estrangeiros estarem ou não em cartaz nos Estados Unidos não entra em consideração, pelo menos segundo as normas da Academia - entre os indicados deste ano, por exemplo, apenas As Invasões Bárbaras foi lançado nos EUA.

O que vale é o filme ter sido exibido em seu país de origem, e por ele selecionado para competir ao Oscar na categoria filme estrangeiro. Entretanto, qualquer filme, de qualquer procedência e linguagem, exibido nos Estados Unidos entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de um ano é automaticamente elegível para o Oscar.

"E uma regra claríssima da Academia, que muita gente desconhece e que, até a entrada em cena da Miramax, nenhum distribuidor tinha ousado utilizar em todo o seu potencial."

Em outras palavras: não importa que o filme seja produzido no Sri Lanka, Estonia ou Equador, que seja falado em punjabi, guarani ou inuit, que tenha sido exibido ou não em seu pais de origem, ou por ele submetido ou não. Estreou nos EUA, automaticamente está qualificado para o Oscar. Ano passado, por exemplo, Fale com Ela não havia sido escolhido pela Espanha para representá-la, mas foi indicado para o Oscar.

Em 2000, o chinês O Tigre e o Dragão levou dois Oscars fora da categoria "filme estrangeiro". Quando A Vida é Bela recebeu prêmios para ator e música, ou quando Fernanda Montenegro concorreu a melhor atriz, ambos estavam utilizando essa prerrogativa permitida pelas regras da Academia.

Não há nada de novo aqui - em 1945 um filme suíço (Marie Louise) venceu na categoria roteiro original, e desde 1961, com Sofia Loren por Duas Mulheres, atores estrangeiros são indicados ao troféu de interpretação. Bergman, Fellini, Kurosawa e Costa Gavras estão entre os cineastas cujos trabalhos foram oscarizados além da categoria filme estrangeiro, e a década de 60 é repleta deste tipo de láurea.

Foi preciso a petulâncida da Miramax, nos anos 90, para trazê-la de volta. Tudo o que a Miramax fez com Cidade de Deus foi manter o filme em cartaz nos Estados Unidos ao longo de 2003, aumentando o numero de telas no final do ano para torná-lo mais acessível aos votantes. E, em paralelo, executar um corpo-a-corpo como das campanhas políticas, trazendo Meirelles, sua equipe e seu filme para dentro do campo de visão do cotidiano de Hollywood. Os frutos, portanto, são mais que merecidos. Os frutos, portanto, são mais que merecidos.
 

BBC Brasil

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