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Cena do filme Cidade de Deus |
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A surpresa do diretor Fernando Meirelles com as quatro indicações de Cidade de Deus foi compartilhada pela mídia americana. Críticos como o famoso Roger Ebert, do jornal Chicago Sun-Times e do programa de TV Ebert & Roepert, que escreveu um artigo sobre as escolhas "excepcionalmente boas" do Oscar este ano, ficaram impressionados com os indicados da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
O destaque foi para as indicações do "filme muito elogiado pela crítica e pouco visto pelo público sobre a vida em uma favela do Rio de Janeiro", segundo a CNN.
Ebert tinha dito no início de 2003 que Cidade de Deus era o melhor filme do ano anterior e provavelmente a maior injustiça do Oscar do ano passado, para o qual não concorreu nem ao prêmio de melhor filme estrangeiro.
Desta vez, o crítico escreveu um artigo no web site do jornal de Chicago sobre "um Oscar de bom gosto e imaginação pouco comuns", que tem "uma das melhores listas de indicados dos últimos tempos".
Sobre as quatro indicações de Cidade de Deus (melhor diretor, melhor edição, melhor fotografia e melhor roteiro adaptado, para Bráulio Mantovani), ele disse que são "espantosas".
O crítico dá crédito à máquina promocional do estúdio Miramax Films, mas lembra que nem o chefão Harvey Weinstein é infalível - e talento também conta.
Cidade de Deus conseguiu chamar atenção, mas Montanha Gelada concorre a apenas sete prêmios e não foi indicado nas categorias de melhor filme e melhor atriz (Nicole Kidman).
Como lembra o jornalista, este era o Oscar em que o cinema independente seria passado para trás pelos grandes estúdios, por causa do veto da distribuição de "screeners" (fitas de vídeo com os filmes) pela Motion Picture Association of America.
A proibição, que atrapalharia a promoção dos "indies", não vingou. Para finalizar, o crítico diz que sente apenas "encantamento" ao olhar novamente a lista de indicados.
Para o jornal Washington Post, a indicação de Meirelles foi uma das maiores surpresas da lista e "tirou a vaga" do cineasta Gary Ross, de Seabiscuit - Alma de Herói. Entre os cinco filmes indicados ao Oscar principal, ele é o único cineasta que não concorre também ao prêmio de melhor diretor.
O jornal publica até uma declaração de Ross, que disse estar "muito feliz com a indicação de Cidade de Deus". "Quando um filme de pequeno orçamento como este consegue ser reconhecido, é melhor para todo mundo. Esta é uma época de celebração do que a gente faz, ou seja, cinema."
Seabiscuit concorre a sete prêmios, como os de melhor filme e melhor roteiro adaptado, para o próprio Ross.
Para a CNN, a atriz de Domadora de Baleias e o filme brasileiro "estavam nos radares de pouca gente". Para a revista Entertainment Weekly, em um artigo chamado Grandes Surpresas, Pequenos Filmes, é pouco provável que estas produções sejam premiadas, mas a exposição mundial que vão ganhar é um benefício e tanto.
O jornal New York Times publicou o comunicado oficial de Meirelles, de que a academia "estava louca".
Cidade de Deus entra em cartaz novamente em Nova York, pelo menos no cinema Angelika, na sexta-feira. O filme "sobre a história da violência nas favelas do Rio de Janeiro", segundo o New York Times, entrou em cartaz originalmente na cidade em 17 de janeiro do ano passado. No mercado da América do Norte, o filme, que custou US$ 3,3 milhões, faturou US$ 4,5 milhões. No resto do mundo, foram mais US$ 20,3 milhões.
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