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Oscar 2004
Quinta, 26 de fevereiro de 2004, 09h38 
"A Paixão de Cristo" ofusca a entrega do Oscar
 
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Cena de  A Paixão de Cristo
Cena de A Paixão de Cristo
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Sob acusações de promover a violência e o anti-semitismo, a expectativa criada pelo filme A Paixão de Cristo está ofuscando a entrega do Oscar, cerimônia que acontece no próximo domingo.

Dirigido por Mel Gibson, o filme - que narra as últimas doze horas de Jesus - chega nesta quarta-feira de Cinzas a quatro mil salas de cinema nos Estados Unidos - quase o dobro das 2,5 mil previstas inicialmente - e seu sucesso de bilheteria está mais do que assegurado.

Os especialistas concordam que Gibson, um católico fundamentalista, não demorará muitas horas para recuperar os US$ 25 milhões que desembolsou para dirigir, produzir e escrever o filme que se transformou num dos mais acalorados temas de debate na imprensa e TV americanas.

Fontes da indústria cinematográfica predizem que o filme vai arrecadar US$ 30 milhões em sua semana de estréia. O que é extraordinário para um filme rodado inteiramente em hebraico, aramaico e latim, com atores praticamente desconhecidos e que demorou meses para encontrar uma distribuidora.

"No momento, as pessoas estão interessadas na controvérsia desatada pelo filme. A imprensa está concentrada na obra de Gibson e deixou de lado o Oscar", explicou Anthony Mora, autor do livro Spin to Win (Produzir para ganhar).

A maioria das críticas publicadas nesta quarta-feira pela mídia se centrou na brutal descrição da tortura de Cristo nas mãos dos romanos e na crucificação.

"O problema da violência no filme não só é ser difícil de tolerar, mas a intensidade da mesma encobre todo o resto do filme", informou o jornal Los Angeles Times.

O The Washington Post relatou que o filme é "quase pornográfico" em sua brutalidade, enquanto a revista Newsweek o considerou de "decididamente selvagem".

Há meses várias organizações cristãs e judaicas expressam o temor de que o filme aumente a noção de que os filhos de Davi foram os assassinos de Cristo, algo de que foram remidos em 1965, com a reforma do Concílio Vaticano II.

"A interpretação de Gibson dada aos evangelhos é difamadora para as massas de judeus que não seguiram Cristo", afirmou o rabino Marvin Hier, presidente do Centro Simon Wiesenthal.

Gibson, de 48 anos, já negou que seu filme seja anti-semita. "Jesus morreu por nossas injustiças", declarou o ator, católico romano tradicionalista, grupo que nunca aceitou as reformas do Concílio do Vaticano II em 1965.

"Ele foi morto por nossos pecados e, mediante sua morte, fomos curados. Esse é o objetivo do filme. Não se trata de apontar para ninguém com o dedo", enfatizou, em entrevista à ABC, na qual negou-se a comentar as declarações de seu pai, Hutton Gibson, que disse que o Holocausto judeu jamais aconteceu.

"Sabe quanto tempo é necessário para eliminar um cadáver? Para incinerá-lo? São precisos um litro de gasolina e vinte minutos. Seis milhões de vítimas? Eles não tinham a gasolina necessária", declarou Hutton Gibson a respeito do genocídio judeus por parte dos nazistas.

Gibson, pai de sete filhos, também contou que, durante as filmagens, aconteceram coisas insólitas, como duas pessoas que recuperaram a visão e a audição. O ator James Caviezel (que interpreta Jesus) também contou que um raio caiu sobre ele quando rodavam a cena da crucificação, mas que nada lhe aconteceu.

Com tantos detalhes curiosos, a atenção despertada por um filme que narra uma morte ocorrida há mais de dois mil anos está assegurada. "A estratégia foi brilhante: o filme foi exibido a grupos cuidadosamente selecionados - em sua maioria protestantes e católicos - que se comprometeram em não dar detalhes", explica Mora, para quem seria ingênuo não achar que isso não se trata de uma campanha publicitária perfeita.

"Vejam este filme. Você nunca terão uma narração sobre a Paixão de Cristo que seja parecida", comentou um dos líderes eclesiásticos convidados a uma sessão especial.

Além do papel da comunidade cristã, várias organizações evangélicas estão promovendo o filme.

Um dos maiores grupos desse tipo, a Outreach Inc., está trabalhando com a Icon para oferecer uma série de produtos relacionados ao filme em seu site www.thepassionoutreach.com.

"Por acaso alguém está falando do Senhor dos Anéis esta semana? Evidentemente Gibson é o grande vencedor. E ele nem está indicado ao Oscar!", concluiu.
 

AFP

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