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Houve aplausos e gritos angustiados na madrugada palestina. Ao menos uma vez, o barulho em Ramallah não se devia a uma incursão israelense ou a confrontos entre militantes. Era a festa pela primeira participação de um filme palestino na disputa pelo Oscar.
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Paradise Now, o polêmico drama sobre dois homens-bomba palestinos, acabou não ganhando o prêmio de melhor filme estrangeiro. Apesar da frustração, muitos palestinos que acompanhavam a premiação por um telão no bar Almond gostaram dos momentos de glamour e honrarias, distantes das dificuldades correntes na Cisjordânia ocupada.
"Estava torcendo para ganhar, e fiquei frustrada", disse Vivienne Sansour, que organizou a noitada no bar. "Ao mesmo tempo, é gostoso a gente se sentir representada no mundo."
O elenco do filme é todo árabe-israelense, assim como o diretor, mas houve equipe e locação palestinas. O produtor é um judeu israelense, e a verba veio da Europa.
O filme, vencedor do Globo de Ouro em janeiro, provocou polêmica. Israelenses que tiveram parentes mortos em atentados palestinos fizeram pressão contra a indicação do filme, acusando-o de glorificar o terrorismo. Mas muitos críticos argumentaram que o tom pró-palestino do filme não é propaganda.
O israelense Yossi Zur, cujo filho adolescente Asaf morreu na explosão de um ônibus, se disse contente pela derrota de Paradise Now.
"Não posso dizer que esteja feliz, pois a cerimônia do Oscar foi também aniversário do atentado terrorista que matou o meu filho."
"Para mim, o maior sucesso foi adotar uma posição em nível internacional e dizer que o terror e os atentados suicidas são errados e devem parar."
Paradise Now mostra as dificuldades da vida palestina sob a ocupação, embora seus personagens também debatam se isso justifica a violência.
Um dos protagonistas assume a missão suicida para expiar a culpa em relação a um parente que fazia espionagem para Israel, uma situação que ilustra as complexas pressões dentro da sociedade palestina.
O diretor Hany Abu Assad disse que seu filme examina as forças que levam as pessoas ao terrorismo.
Seu assistente Inas Muzafar, que assistiu à cerimônia no bar de Ramallah, disse à Reuters que "a indicação já foi uma vitória ¿ não só para mim, mas também para a indústria cinematográfica palestina e árabe."
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