80º Oscar

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80º Oscar

Quarta, 9 de janeiro de 2008, 09h30

Preparativos para o Oscar seguem em ritmo normal

A festa do Oscar segue com seus preparativos como em todos os anos e com a confiança dos organizadores de que chegarão a um acordo com os roteiristas, que estão em greve desde 5 de novembro, uma paralisação que provocou o cancelamento do Globo de Ouro.

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"Nesta fase seguimos com nossos planos conforme o estabelecido", disse Bruce Davis, diretor executivo da Academia das Ciências e Artes Cinematográficas, que em nome da organização expressou seu otimismo a respeito da possibilidade de um acordo com os roteiristas, que permita a celebração da cerimônia no dia 24 de fevereiro no teatro Kodak de Hollywood.

Porém, no momento em que prevalece a incerteza diante do conflito entre o Sindicato de Roteiristas (WGA) e os principais estúdios e produtoras hollywoodiano, é díficil prever se a disputa estará solucionada antes de uma festa programada para dentro de um mês e meio.

A greve dos roteiristas fez sua maior vítima na segunda-feira, quando Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) anunciou o cancelamento do tradicional jantar de gala do Globo de Ouro, que aconteceria no próximo domingo e será substituído por uma entrevista coletiva com o anúncio dos vencedores, com transmissão da NBC, canal que tinha os direitos de transmissão da festa.

A decisão foi adotada depois que o Sindicato dos Atores (SAG) anunciou, sexta-feira passada, que as estrelas não cruzariam os piquetes programados para a porta do hotel Beverly Hilton pelo WGA.

O sindicato dos roteiristas já anunciou que não permitirá que seus membros escrevam os textos da cerimônia do Oscar, mas ainda não confirmaram explicitamente si organizarão protestos nas portas do Teatro Kodak, o que prejudicaria o evento que é transmitido pela cadena ABC, uma das corporações em pé de guerra com o WGA.

Davis disse que, embora o Oscar possa sobreviver à falta de roteiristas, a situação pode representar uma dor de cabeça se eventuais piquetes levarem os atores a tomar uma atitude idêntica à adotada para o Globo de Ouro: não comparecer em sinal de solidariedade.

"Eu acredito que poderíamos absorver a falta de roteiristas se eles não fizerem piquetes", disse Davis, antes de admitir que "os piquetes são um grande problema".

O diretor da Academia afirmou que os organizadores têm a ordem de aguardar a até poucos dias da cerimônia para afinar os detalhes do evento, da mesma maneira como aconteceu em 2003, quando a cerimônia do Oscar aconteceu dias depois do início da guerra dos Estados Unidos contra o Iraque.

Para Tom O'Neill, especialista em premiações de Hollywood, se o WGA decidir realizar piquetes de greve no Oscar, a bola passa novamente ao campo do sindicato de atores (SAG). "Será muito interessante ver o que os atores farão se acontecerem piquetes no Oscar", afirmou O'Neil, colunista do jornal Los Angeles Times.

"Seria hipócrita da parte deles cruzar os piquetes do Oscar quando decidiram não fazê-lo no Globo de Ouro", acrescentou.

Para Aliança de Produtores de Filmes e Televisão (Alliance of Motion Picture Television Producers, AMPTP), a decisão do WGA se parece com os boicotes dos Jogos Olímpicos entre americanos e soviéticos em 1980 e 1984, em plena Guerra Fria.

"Imagine que você trabalhou duro toda sua carreira no negócio do entretenimento e tem uma oportunidade na vida de ser indicado ao Oscar ou ao Globo de Ouro", afirma um comunicado da AMPTP, no qual acrescenta à metáfora a opinião de que tais ações prejudicavam mais os atletas que as empresas.

No entanto, Davis disse que é complicado advinhar as intenções dos roteiristas a respeito do Oscar. "Somos uma organização diferente do Globo de Ouro. A maioria de nossos membros são de diferentes sindicatos profissionais (do cinema) e eles gostam de estar sob os refletores uma noite ao ano, inclusive os roteiristas", disse Davis.

"Porém, não sei se isto vai influenciar. Eles não são contra nós e sim contra o canal de televisão que nos transmite", concluiu.

AFP

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