80º Oscar

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80º Oscar

Quinta, 21 de fevereiro de 2008, 11h37 Atualizada às 12h29

Estúdios promovem verdadeira campanha eleitoral para o Oscar



Ganhar o Oscar é apenas a etapa final de uma árdua campanha de relações públicas empreendida pelos estúdios de cinema, ao melhor estilo da corrida eleitoral americana.

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Todos os anos, os estúdios de Hollywood gastam milhões de dólares para promover suas estrelas e seus filmes junto à imprensa especializada e aos 5.829 eleitores da Academia de Ciências e Artes Cinematográficas, profissionais do cinema que elegem os ganhadores das estatuetas douradas mais cobiçadas pela indústria do entretenimento.

Mas os responsáveis pelos departamentos de relações públicas empenhados nessa tarefa têm que respeitar algumas regras da Academia, ditadas precisamente para evitar qualquer suspeita de corrupção e, por isso, é terminantemente proibido enviar qualquer material aos eleitores de forma pessoal e as cópias de DVD devem estar embaladas de forma que não se veja qualquer tipo de material promocional.

Também é proibido organizar sessões de perguntas e respostas entre os eleitores da Academia e os indicados, para evitar qualquer tentativa de influência de voto. Quem viola esses princípios se expõem, em teoria, a sanções que podem levar até à exclusão do Oscar.

No entanto, na prática, os estúdios sempre dão um jeitinho para alcançar seus objetivos, segundo os especialistas do setor: organizam freqüências recepções em homenagem aos indicados aos Oscar, onde, como que por acaso, membros da Academia figuram entre os convidados.

"Trata-se de uma área cinzenta. Porque a Academia não pode dizer: 'Ei! Vocês não podem ir a essa festa!'", explicou Pete Hammond, especialista na premiação do Oscar e crítico de cinema da publicação masculina Maxim.

"Se fica muito evidente que organizam estes eventos para fazer campanha, então serão punidos. Mas isso já acontece há algum tempo e ninguém saiu prejudicado", acrescentou.

Os estúdios também encontra o subterfúgio ao organizar foros com os sindicatos de profissionais em Hollywood, que fazem parte dos eleitores. Por exemplo, o Sindicato dos Atores (SAG), cujo peso dentro da Academia é importante, representa 25% dos eleitores.

Outras empresas utilizam a Internet para promover seus protegidos, como o estúdio Weinstein, que este ano utilizou o site de vídeos YouTube para mostrar a cena de Cate Blanchett em Não Estou Lá", o filme onde interpreta um jovem Bob Dylan e que lhe valeu uma das duas indicações ao Oscar este ano.

"É uma forma muito astuta de mostrar às pessoas o desempenho de Cate Blanchett, apesar de ela não ser vista nos primeiros 40 minutos do filme", enfatizou Hammond.

Para o indicado, o jogo de relações públicas tem muito a ver com seu êxito, enfatizou, por sua parte, Jeff Bock, analista da empresa especializada em bilheteria, Exhibitor Relations.

Se as vendas de bilheteria podem aumentar depois das indicações, o impacto depois da entrega de um Oscar recai sobre a venda e aluguel de DVDs.

"As indicações fazem aumentar a bilheteria durante um mês e meio, mas, em termos de DVD, a venda dispara, principalmente para o título que levar o Oscar de melhor filme", afirma Bock. "Colocar a imagem do Oscar na caixa do DVD significa até US$ 30 milhões a mais de lucro", explicou o especialista.

AFP

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