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Repleto de referências, “Renascida do Inferno” é terror morno

4 mar 2015 - 16h38
(atualizado às 16h38)
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Não faltam referências a outros filmes de terror em “Renascida do Inferno”, do diretor estreante em longas David Gelb. Para os fãs do gênero são transparentes as alusões a “Frankenstein”, “Carrie – A Estranha”, “Cujo” (ambos baseados no autor Stephen King), e a qualquer filme em que um grupo é confinado com um demônio. Mas será um demônio mesmo?

Essa é a pergunta que o filme traz, mas o título em português estraga ao dar nome aos bois, mesmo que isso seja apenas uma dúvida no filme. Em inglês, “The Lazarus Effect”, ou “O Efeito Lázaro”, relacionado à passagem bíblica (João 11:43-44) em que Jesus ressuscita o amigo morto, o nome original da produção faz mais sentido para entender o que Gelb propõe. Mas, comercialmente, isso poderia trazer certa confusão ao espectador nacional.

O Lázaro, aqui, é um soro desenvolvido por uma equipe de pesquisadores chefiados por Frank (Mark Duplass) e Zoe (Olivia Wilde), que promete reviver os mortos (ele regenera o organismo com a ajuda de choques). Testam-no em animais e com sucesso trazem de volta à vida um cachorro, o Rockie, dias antes sacrificado.

No entanto, durante os experimentos, Zoe morre eletrocutada e Frank (em clara inspiração em “Frankenstein”) decide usá-la como cobaia (já que são noivos). Apesar das recusas de Niko, Clay e Eva (Donald Glover, Evan Peters e Sarah Bolger, respectivamente), a tentativa dá certo e a jovem doutora volta à vida.

Questionada sobre o que viu no outro lado, ela é assertiva ao dizer que um episódio em que deixou pessoas morrerem queimadas quando era criança era seu inferno particular. Frank, que não acredita na história, acaba se convencendo de seu sucesso, sem saber que Zoe voltou diferente, uma espécie de “Carrie – A Estranha” do mal, para desespero da equipe.

Embora crie situações de terror (que demoram a aparecer) e tenha uma cinematografia excelente (com cenários e fotografia lúgubres), a tensão nunca realmente prevalece na produção de Gelb. Fora os sustos, pouco se aproveita do tema, que nunca sai da superfície, nem mesmo em relação aos conflitos éticos da experimentação dos protagonistas. Carece, enfim, de substância e, claro, provocar medo, o que é a essência do gênero.

(Por Rodrigo Zavala, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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