Veneza 2006

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Terça, 29 de agosto de 2006, 08h53 

Mostra de Cinema de Veneza abrirá pouco antes do Festival de Roma

AP

Oliver Stone é presença confirmada no Festival de Veneza
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A Mostra de Veneza, o festival de cinema mais antigo do mundo, chega nesta quarta-feira a sua 63ª edição com uma estranha sensação de intranqüilidade, ao sentir a presença do novo Festival Internacional de Cinema de Roma, que será inaugurado em outubro.

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Embora haja, aparentemente, estrelas de Hollywood para os dois eventos - os diretores Brian de Palma e Oliver Stone, entre outros, estarão na cidade dos famosos canais, e os atores Sean Connery e Nicole Kidman, na do Coliseu -, a dúvida entre os analistas é se existe mercado para tantos festivais seguidos.

Uma intranqüilidade sobre a qual o presidente do festival de Veneza, Davide Croff, tentou passar por cima, apesar de não ter deixado de reconhecer uma rivalidade com o novo evento na capital italiana.

"Não compartilho do clima de polêmica e de medo que alguns alimentam", afirmou Croff à revista italiana L'Espresso. "A iniciativa de Roma não depende da vontade de Veneza, mas a Bienal, que não tem instrumentos para criar impedimentos a ninguém, quer evitar qualquer contraposição", completou.

Apesar disso, o presidente da mostra reconhece que "a concorrência existirá", e disse que espera que esta competição seja positiva, opinião com a qual concorda o presidente da Fundação Música por Roma, Goffredo Bettini, um dos promotores do festival, para quem "a oferta de cultura cria demanda".

Em terreno inimigo, durante uma entrevista com jornalistas que realizou em Roma no final de julho, Croff disse que para ambos os festivais sobreviverem, o objetivo deve ser "superar óticas individuais para favorecer uma ótica do sistema".

Para isso, Croff defende que as duas mostras cinematográficas sejam "diferentes" e propõe "diferenciar ao máximo os perfis, os programas e os segmentos de público".

O prefeito de Roma, Walter Veltroni, o cérebro atrás do festival internacional, garantiu que não há "concorrência com ninguém e menos ainda com a grande realidade da história do cinema que é Veneza".

Mas para a imprensa local, a disputa existe e é feroz. "É uma guerra fria, sangrenta, subterrânea, mas é uma guerra", garantiu recentemente o jornal La Repubblica", de Roma.

De fato, por mais diferentes que tentem ser, os dois festivais optaram por bater na porta de Hollywood para garantir o destaque na imprensa.

A mostra de Veneza contará com 13 filmes americanos, entre os quais cinco estarão na seção de competição e serão lançamentos mundiais, entre eles o último filme de Brian de Palma, A Dahlia Negra.

Também terão lançamento internacional o último filme de Oliver Stone, As Torres Gêmeas, e o novo trabalho de Spike Lee, When The Levees Broke - A Requiem in Four Acts (Quando as barragens se romperam - um réquiem em quatro atos, em tradução livre), sobre a tragédia causada pelo furacão Katrina na cidade americana de Nova Orleans, em agosto de 2005.

Embora a programação do Festival de Roma não tenha sido completamente divulgada, já se sabe que a capital italiana ficou com Nicole Kidman para o batismo do festival, que contará também com a presença de Sean Connery e Robert de Niro.

"O fato é que, como demonstram as datas, a proximidade com Veneza torna a alternativa inevitável: um diretor italiano ou americano que queira divulgar um filme deve inevitavelmente escolher entre os dois festivais. O público terá de fazer o mesmo. Nem todos podem ir aos dois, devido ao tempo e ao dinheiro", diz o jornal La Repubblica.

E se alguém duvida da existência da guerra, segue a recente declaração do diretor da mostra, Marco Müller, que garantiu que o programa de Roma será "feito com as sobras do de Veneza e Cannes".

EFE
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