Veneza 2006 |
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Terça, 29 de agosto de 2006, 17h18 Atualizada às 17h58 Festival de Veneza estréia em clima de disputa com mostra romana |
A 63ª edição da Mostra Internacional de Cinema de Veneza será inaugurada nesta quarta-feira cercada de polêmica e em meio a uma disputa por estrelas com o Festival de Cinema de Roma, que celebrará sua primeira edição em outubro.
Confira o especial do Festival de Veneza
"Não tiraram de nós nenhum filme. Para Roma vão outros filmes que não quiseram ir para Cannes (França) ou Veneza", desdenhou, em declarações à TV italiana, o diretor do festival veneziano, Marco Muller, provocando uma verdadeira chuva de reações em todo o país.
Indignados com o comentário, os organizadores da mostra romana, concebida e fortemente apoiada pelo prefeito e cinéfilo Walter Veltroni, que será celebrada de 13 a 21 de outubro, pediram respeito, e defenderam a qualidade dos filmes convidados.
"Vive-se na Itália com o terror do novo", criticou Veltroni, segundo quem a Festa Internacional de Roma se trata de uma festa do cinema popular, organizada para um público não especializado e cujo júri será composto por 50 espectadores e "não por um diretor de cinema japonês", alfinetou.
Segundo informações publicadas pela imprensa italiana sobre a disputa por estrelas do cinema mundial, a mostra romana por enquanto leva a melhor, conseguindo atrair um punhado delas, entre as quais a musa do cinema atual, a atriz australiana Nikole Kidman, que vai inaugurar o evento, além dos atores escocês Sean Connery, italiana Monica Bellucci, francês Daniel Auteuil, e do cineasta americano Martin Scorsese, que este ano preferiram os encantos da Cidade Eterna ao romantismo dos canais de Veneza.
Com um orçamento de cerca de 12 milhões de euros (US$ 15,39 milhões), todos procedentes de fundos privados, a festa romana virou o pesadelo de Veneza, que chegou a ser chamada de "velha senhora com reumatismo" por não conseguir atrair recursos do setor privado e sobreviver com dificuldade graças ao dinheiro do Estado.
Segundo a revista francesa especializada em cinema Le film français, a Mostra depende completamente de recursos públicos e seu diretor ameaçou renunciar ao cargo, no ano passado, se as condições não melhorassem.
De acordo com dados não-oficiais, o Festival de Veneza receberá 8,5 milhões de euros (US$ 10,9 milhões), dos quais 5 milhões de euros (US$ 6,41 milhões) do Estado, situando-se assim como o festival mais pobre entre os grandes.
"Sobram patrocinadores para (a mostra de) Roma, todos privados", escreveu o jornal La Repubblica, reforçando o interesse dos produtores em abrir uma nova frente no mercado de cinema europeu, menos cara que Veneza, cujos preços sempre são excessivamente altos.
"O Festival de Roma vai mudar o panorama mundial e afeta até Cannes e Berlim", avaliou, por sua vez, o jornal francês Le Monde.
A alta temperatura dos debates foi abrandada rapidamente nesta terça-feira pelo ministro da Cultura, Francesco Rutelli, que pertence à mesma coalizão política de centro-esquerda de Veltroni, mas é seu rival interno.
"Chega de polêmicas e rivalidades", pediu o ministro, para quem os dois festivais "se complementam" e devem servir para lançar a Itália como a capital do cinema mundial.
"O problema são as datas, já que foram organizados com apenas um mês de diferença", admitiu. Enquanto as discussões continuavam, começaram a chegar ao Lido veneziano estrelas eternas do cinema, como a francesa Catherine Deneuve, presidente do júri, e as novas, como Scarlett Johansson, protagonista do filme de abertura da mostra, A Dália Negra, do mestre do thriller Brian de Palma, que disputará o cobiçado Leão de Ouro.