Veneza 2006

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Quarta, 30 de agosto de 2006, 11h42 

Veneza tem poucos filmes em espanhol, português e árabe

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A 63ª edição da Mostra de Veneza fala muito inglês, bastante italiano, menos francês, um pouco de chinês, pouco castelhano e balbucia o árabe, a julgar pelos países dos filmes apresentados este ano.

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No total da seleção oficial, composta pela mostra competitiva, pela exibição de filmes fora de competição e por documentários, 62 longas-metragens passarão por Veneza a partir desta quarta-feira, procedentes de 27 países. Mas o predomínio do inglês é esmagador: no total são 15 filmes, 13 deles com sotaque americano e dois com o britânico.

Entre os longas norte-americanos, destaque para alguns dos mais aguardados da temporada, como o último filme de Brian de Palma, A Dália Negra, que abrirá o festival e conta com a presença de Scarlett Johansson, Aaron Eckhart e Hilary Swank; ou o filme As Torres Gêmeas, de Oliver Stone.

A segunda língua "mais falada" nos filmes do festival é o italiano, idioma do país que revelou figuras como Federico Fellini, Luchino Visconti ou Roberto Rossellini, e que é o anfitrião do festival mais antigo do mundo nesta categoria.

O japonês será o terceiro idioma desta Mostra. Serão seis filmes japoneses, o que mostra a vocação oriental sempre acompanhada pelo festival, que este ano inclui também dois filmes de Hong Kong, três da China, um da Coréia do Sul, um da Indonésia, um da Malásia, um de Taiwan e um da Tailândia, país estreante em Veneza.

Seis filmes serão em francês, dos quais um é belga, um português, Belle Toujours, de Manoel de Oliveira, e quatro franceses, embora um deles tenha título em inglês: Private Fears in Public Places, de Alain Resnais. No entanto, o castelhano e o português serão pouco escutados em Veneza, com um filme e meio para cada idioma.

O filme inteiro em castelhano é o do espanhol Jaume Balagueró Para Entrar a Vivir; e o que é falado metade nesse idioma é o do mexicano Paul Leduc, El Cobrador, in God we Trust, que também é falado em inglês e em português, idioma do filme Suely in the Sky, do brasileiro Karim Ainouz.

No entanto, o castelhano aumentará sua audiência nas seções paralelas ao festival, como a do Cinema de Autor, onde estão os espanhóis Daniel Sánchez Arévalo, com Azul Oscuro Casi Negro, e Jorge Sánchez-Cabezudo, com La Noche de los Girasoles; o argentino Diego Lerman, com Mientras Tanto, e o suíço-peruano Gianfranco Quattrini, com Chiha tu Madre.

O português aumentará sua presença em Veneza devido à retrospectiva dedicada ao brasileiro Joaquim Pedro de Andrade. O festival também não falará muito árabe este ano, já que tem apenas dois filmes completos nessa língua, embora ambos estejam na seleção oficial: Roma wa la n''touma, do argelino Tariq Teguia; e Ana Alati Tahmol Azouhour Ila Qabriha, dos sírios Hala Alabdalla Yakoub e Ammar al-Beik.

O árabe completa sua presença em outras seções, embora dividido com o inglês, o francês ou o russo, enquanto as línguas do Leste europeu serão representadas por três filmes russos e um polonês. Apesar da forte presença do inglês, uma das tendências observadas na Mostra é a de filmes rodados em mais de um idioma, como o já citado do mexicano Leduc, no qual se escuta espanhol, português e inglês, ou o do francês Christophe de Ponfilly, L'etoile du Soldat, que é filmado em francês, russo e árabe.

Apesar disso, a presença do inglês revela que a Mostra está, hoje em dia, mais dominada pela globalização que pelo ecletismo, sobretudo porque o idioma mais usado para os subtítulos é o inglês.

EFE
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