Veneza 2006

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Quarta, 30 de agosto de 2006, 11h42 

Festival de Veneza abre com o policial "A Dália Negra"

AP

Scarlett Johansson é uma das protagonistas do filme
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O Festival de Cinema de Veneza começa nesta quarta-feira com a estréia mundial de A Dália Negra, um filme que remete à Hollywood dos anos 1940 e é baseado num sinistro assassinato ocorrido na vida real e que não foi elucidado até hoje.

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Estrelado por Scarlett Johansson, Josh Hartnett e a duas vezes premiada com o Oscar Hilary Swank, a adaptação fortemente estilizada criada por Brian de Palma de um livro de James Ellroy vai inaugurar 11 dias de filmes, celebridades e festas na elegante avenida do Lido.

A Dália Negra é uma das quatro grandes produções norte-americanas a ser exibidas em Veneza este ano e que focalizam assassinatos verídicos ocorridos nos anos 1940, 1950 e 1960.

O título se deve ao apelido de Elizabeth Short, uma jovem atriz pouco conhecida cuja morte sinistra em 1947 dominou as atenções em Los Angeles. Seu corpo foi encontrado nu e cortado pela metade, na altura da cintura. Seus órgãos tinham sido retirados e o sangue tinha sido drenado de seu corpo. O assassino espancara a atriz, a sodomizara e cortara sua boca de uma orelha a outra.

"Duas vezes em meus 27 anos de carreira escrevendo romances tive sorte com adaptações de meus livros para o cinema: primeiro com Los Angeles - Cidade Proibida e agora com Dália Negra", contou o escritor a jornalistas após uma sessão do filme para a imprensa, antes de sua estréia oficial nesta noite, num evento de tapete vermelho.

"A Dália Negra é um marco obsessivo em minha própria história, que deriva do assassinato de minha mãe em 1958", acrescentou. "O que De Palma fez com grande habilidade no filme foi isolar os temas chaves de obsessão sexual, redenção e a triangulação de um homem entre duas mulheres, sempre sob a sombra onipresente da Dália Negra", explica.

Sexy demais?
Indagada se acha que sua cena de paixão com Josh Hartnett pode distrair demais a atenção dos espectadores, Scarlett Johansson respondeu: "É claro que é ótimo ser vista como sexy, sendo uma mulher jovem, na flor da idade. Mas tento não pensar em cenas sexies ou em ser sexy".

Ela traçou paralelos entre o fascínio de Hollywood com o assassinato de Elizabeth Short e o frenesi de mídia que cerca hoje o assassinato não elucidado da menina americana JonBenet Ramsey, de 6 anos, vencedora de concursos de beleza infantis. "Acho que as pessoas se distraem com esse tipo de notícia para não precisarem prestar atenção a suas próprias depressões", disse ela a jornalistas.

Os atores desse filme noir moderno, boa parte do qual foi rodado na Bulgária, se inspiraram em astros e estrelas dos anos 1940 e 1950, incluindo Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Fred MacMurray e Rita Hayworth. Brian de Palma disse que quis ressuscitar o gênero policial antigo. "Hoje em dia não se fazem muitas histórias desse tipo: essas histórias obsessivas, essas 'femmes fatales', esses personagens sombrios e depressivos que conduzem ao inferno", disse ele. "Não posso explicar exatamente porque aquele período foi tão repleto dessas obras noir".

A Dália Negra é uma abertura condizente para um festival que vai incluir em sua competição oficial "Hollywoodland", sobre a morte misteriosa, em 1959, do ator George Reeves, que fazia Superman na TV, e Bobby, sobre o assassinato de Robert Kennedy em 1968. Hollywoodland é estrelado por Diane Lane, Adrien Brody, Ben Affleck e Bob Hoskins, e Bobby, dirigido por Emilio Estevez, tem em seu elenco Sharon Stone, Anthony Hopkins, Demi Moore e Lindsay Lohan.

Será exibido fora da competição Infamous a visão de Douglas McGrath da vida do escritor policial Truman Capote, com Sandra Bullock, Daniel Craig e Gwyneth Paltrow.

Reuters
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